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Há 50 anos, Bellini se despedia do futebol com a camisa do Furacão

Dois fatos históricos marcaram o dia 20 de junho de 1969. Há 50 anos, “ao mesmo tempo” em que os astronautas da Apollo 11 caminhavam pela lua, Hideraldo Bellini, um dos maiores zagueiros de todos os tempos, despedia-se dos gramados, vestindo a camisa do Athletico.

Foi na antiga Baixada, em um Athletiba pela última rodada do Campeonato Estadual. Aplaudido por rubro-negros e rivais, o capitão do primeiro título mundial do Brasil, em 1958, deu a última volta olímpica de sua carreira.

Bellini havia chegado ao Furacão no início de 1968, em meio a um dos momentos mais intensos e memoráveis da história do Athletico. Ele era uma das grandes estrelas do timaço montado pelo presidente Jofre Cabral e Silva para reerguer o Furacão.

Após o time chegar ao fundo do poço em 1967, a torcida athleticana assistiu atônita e eufórica à chegada de uma legião de craques. Entre eles, três bicampeões mundiais pela Seleção: Zequinha, Djalma Santos e Bellini, o homem que imortalizou um gesto ao erguer sobre a cabeça a Taça Jules Rimet.

Alfredo Gottardi Júnior, que viria a se consagrar como um dos grandes nomes da história rubro-negra, jogou ao lado de Bellini e conta como foi ser companheiro de uma lenda do futebol brasileiro.

“O Bellini era uma pessoa sensacional. Ele era um ícone e todos o admiravam pela sua simplicidade. Ser campeão do mundo e vir jogar no Athletico Paranaense naquela época, com todo o profissionalismo que ele sempre demonstrou, foi uma aula para todos. Para mim, que estava começando, foi um marco, um orgulho e uma grande lição”, conta Alfredo.

Com a camisa rubro-negra, Bellini disputou o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 1968, e os Estaduais de 1968 e 1969. E apesar de não ter conquistado títulos, o grande capitão ganhou a admiração de toda a torcida athleticana.

E foi com esse sentimento que o público daquele Athletiba disse adeus à Bellini, que não permitiu que o Furacão sofresse um gol em sua despedida. O clássico terminou empatado em 0 a 0. O placar, também, uma espécie de homenagem a quem sempre dedicou todo seu esforço para comandar a defesa das equipes que representou.

Após a partida, Athletico e Coritiba entregaram placas de prata ao capitão. O Ferroviário foi representado na homenagem, através do atacante Madureira. Quem também apareceu na Baixada foi Orlando Silva, o famoso “cantor das multidões”.

Além do Athletico Paranaense e da Seleção Brasileira, Bellini jogou pelo Vasco da Gama e pelo São Paulo. Faleceu em 20 de março de 2014, aos 83 anos. Mas ficou eternizado na história do Furacão e do futebol mundial.

Na história: Athletico Paranaense 0x0 Coritiba
Campeonato Paranaense 1969 – 2º turno – 13ª rodada
Data: 20/07/1969
Local: Estádio Joaquim Américo
Árbitro: Orlando Stival
Assistentes: Edson Pinheiro Campos e Gilberto Domingos Vieira

Athletico Paranaense: Silas; Djalma Santos, Bellini, Charrão e Pardal; Nair (Tião) e Zequinha; Gildo, Sicupira, Helinho e Nilson (Natal).
Coritiba: Célio; Reis, Nico, Roderlei e Cláudio; Neiva e Lucas; Oromar (Hugo), Servílio, Oldack e Edson (Lauro).

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