Ligga Arena

Vinte anos da Arena: os sonhos reais de uma noite rubro-negra

O primeiro gol da Arena athleticana, marcado por Lucas e registrado pelas lentes do fotógrafo Sergio Sade

Dia 24 de junho de 1999. Entre as datas mais marcantes dos 95 anos do Athletico Paranaense, poucas trazem lembranças tão boas quanto a que completa 20 anos nesta segunda-feira: a noite em que o Estádio Joaquim Américo ressurgiu, completamente transformado.

Ainda no final da tarde, quando os portões se abriram, uma interminável espera de pouco mais de dois anos chegava ao fim. A velha Baixada não estava mais lá. Agora, ela era a Arena, um estádio revolucionário para o futebol brasileiro. Mas a antiga mística do Caldeirão estava renovada, mais forte do que nunca.

Nova era
O jogo entre o Athletico e o Cerro Porteño, do Paraguai, foi o marco do início de uma era, assim como a inesquecível cerimônia que o antecedeu. Uma festa à altura da modernidade e da grandeza da nova casa do Furacão.

Todos os lugares cobertos, amplas áreas de acesso e circulação, praças de alimentação, capacidade para mais de 30 mil pessoas, com visão perfeita do gramado. Só uma coisa lembrava o acanhado estádio que tinha ocupado este espaço nas oito décadas anteriores: a proximidade entre a torcida e o campo de jogo.

E foi ali, na beira do gramado, que os torcedores ouviram a Arena falar, o hino rubro-negro ser entoado com emoção inédita, o espetáculo de luzes e fogos. Um show que representava o momento de renascimento que o Furacão vivia desde 1995 e anunciava as grandes conquistas que estavam por vir.

Primeira explosão
O primeiro gol do novo Caldeirão demorou apenas 13 minutos para sair. O lateral Luizinho Netto recebeu pela direita e fez um cruzamento perfeito, na cabeça de Lucas. Era apenas o primeiro de muitos e inesquecíveis golaços do Furacão na Arena.

Mas o time paraguaio não ficou apenas assistindo a festa vermelha e preta. No segundo tempo, logo aos 7 minutos, Gauchinho recebeu um passe de bicicleta de Román e mandou para a rede. O amistoso ganhava cara de decisão.

E como sempre acontece nas grandes conquistas do Athletico, a emoção durou até o último instante. O cronômetro já marcava 47 minutos, quando o lateral-esquerdo Vanin recebeu na meia esquerda, adiantou e mandou na gaveta. Vitória do Rubro-Negro por 2 a 1. Ponto final em uma noite perfeita.

Só o começo
A inauguração apoteótica da Arena foi o início de um período glorioso para o Furacão. Nos meses seguintes, o Athletico conquistou a vaga em sua primeira Libertadores, foi tricampeão paranaense e chegou onde poucos ousavam sonhar: Campeão Brasileiro de 2001.

O novo lar athleticano nunca mais parou de inovar, em um processo contínuo de modernização. Treze anos depois, passaria por uma nova remodelagem, desta vez para ficar com a estrutura completa e receber a Copa do Mundo de 2014. E ainda ganharia teto retrátil, biometria e a grama sintética.

Tudo isso, sem perder a a essência. Afinal, o Estádio Joaquim Américo sempre será o local onde a torcida rubro-negra se sente em casa, o Caldeirão temido por todos os adversários e o campo dos sonhos onde o Furacão pode conquistar qualquer objetivo.

Athletico Paranaense 2 x 1 Cerro Porteño
Amistoso Internacional – Inauguração da Arena
Data: 24/06/1999
Local: Estádio Joaquim Américo
Árbitro: Ivo Tadeu Scatolla (PR)

Athletico Paranaense: Flávio; Luisinho Netto (Alberto), Marcão (Douglas), Gustavo e Vanin; Clóvis, Renato (Kléber), Ricardo Miranda (Sidney) e Adriano; Lucas e Kelly (Kleberson)
Técnico: Antonio Clemente
Gols: Lucas, aos 13’ do 1º tempo e Vanin, aos 47’ do 2º tempo

Cerro Porteño: Bombadilla; Recaldi (Escobar), Peralta, Denise e Aguillera; Blanco, Cohener, Román (Sara) e Jorge Campos (Gómez); Gauchinho (Fernández) e Cabañas (Domínguez)
Técnico: Carlos Baez
Gol: Gauchinho, aos 7’ do 2º tempo


Créditos: Nilo Biazzetto Neto


Créditos: Sergio Sade

Comentários