Clube

Zagueiro da casa

O zagueiro Rhodolfo chegou ao Furacão com apenas dezesseis anos. Destaque do time de juniores na campanha da Taça BH, o jovem jogador foi chamado para o time profissional do clube. Com 1,93 e com 83 kg, o zagueiro é uma pessoa muito simples e sempre de bem com a vida. Vindo da pequena cidade de Barra do Jacaré, interior do Paraná, ele conta um pouco mais sobre sua vida.

Carreira

Rhodolfo sonhava em jogar futebol desde criança. "Meu pai sempre quis ser jogador, ele jogou no Colorado, mas só por

 
 Foto: Georgia Andrade/ Site oficial

oito meses. Minha família toda joga bola. E como eu sou de cidade pequena não tem muito o que fazer por lá, então jogávamos futebol o dia inteiro", explicou o jogador. "Quando eu assistia aos jogos na TV, achava muito legal. Foi um pouco por isso também que quis jogar", esclareceu. O jogador contou que sua vinda para o Furacão foi um tanto inusitada. "Na minha cidade eu e outro menino jogávamos, daí um rapaz arranjou teste para ele. Só que meu colega me indicou para vir junto e eu aceitei. Só que chegamos aqui, o rapaz me largou e sumiu. No final das contas, acabei entrando para jogar aqui", afirmou Rhodolfo. Mas o mesmo &39;rapaz&39; voltou. "Quando comecei a dar certo, ele veio atrás ara empresariar a minha carreira. Mas não aceitei, porque ele já tinha me largado uma vez", contou o zagueiro.

Origem

A cidade de origem de Rhodolfo é motivo de orgulho. "Eu nasci em Bandeirantes, porque na minha cidade não tinha hospital. Mas sou de Barra do Jacaré. Sempre morei por lá", contou o jogador. A pacata cidade de três mil habitantes gerou até um apelido carinhoso dado pelos companheiros. "Eles me apelidaram de Jacaré. Todo mundo tem apelido aqui. Como não achavam um, escolheram o nome da cidade", tentou explicar o sorridente zagueiro.

Profissional

De acordo com ele, a sua maior conquista foi chegar ao profissional. "Quando voltamos da Taça BH houve uma reunião com o Vadão. Quando terminou, o Biasotto (coordenador da base) me chamou na sala dele e lá estava o Vadão sentado. Ele me falou que eu não ia mais para casa (o time júnior teve uma semana de férias), porque eu passaria a treinar com o profissional", falou. Rodholfo contou qual foi a sua reação.  "Deu até vontade de chorar na hora, mas eu segurei", afirmou o zagueiro, que tem como principal objetivo agora ajudar a família. "Sempre sonhei em ajudar meus pais e minha família", explicou Rhodolfo.

Família

O zagueiro contou que o início de sua carreira foi difícil, porque teve de se acostumar com as saudades da família. "O começo é complicado, porque você sente muita falta. Depois você até se acostuma", disse. Mesmo assim, a saudade continua grande. "Meu pai trabalha para prefeitura como maquinista e minha mãe é doméstica. Meu irmão também joga bola, mas só de brincadeira. Então sinto falta dessas pequenas coisas, de ter visto nossa situação melhorar um pouco lá. Sinto falta", contou Rhodolfo.

Medos e histórias

Apesar da estatura avantajada, o zagueiro não se mostra muito corajoso. "Morro de medo de altura e de assombração", abriu o jogo Rhodolfo. E de acordo com ele, tem motivos para isso. "Na minha cidade tem muita histórias dessas coisas. Minha tia, que já faleceu faz uns quatro anos, contou uma certa vez. Disse que estava andando sozinha pela estrada quando estava anoitecendo. Foi então que ela viu uma bengalinha batendo nela, mas ela não via o rosto. Ela começou a rezar e gritar e, quando olhou para trás, só deu para ver a fumacinha na estrada. Ela tinha certeza que era um saci", contou. E ele não dúvida. "Eu acredito nisso sim, tem como duvidar?", perguntou o zagueiro.

 
Rodholfo e Chico comemoraram juntos a conquista
da Taça Belo Horizonte

Foto: Georgia Andrade/ Site oficial

Primeiro emprego

Antes de começar a jogar bola, Rhodolfo trabalhou na roça. "Como não tinha muito o que fazer por lá na cidade, o pessoal trabalhava na roça para ganhar uns trocados", lembrou. "Não dava para tirar muito, mas já ajudava. A primeira passagem que comprei para vir para Curitiba, foi catando milho e mexendo com algodão", revelou Rhodolfo.

Amizade

Seu principal companheiro de clube, o volante Chico, contou alguns segredos do amigo.  "Ele é muito comilão. Sempre quer pegar os pedaços maiores. Ou se for número ímpar, ele que come mais", entregou Chico. Os dois amigos não se desgrudam. "Não consigo ficar longe dele. Meu amigão. Já viajamos juntos, ele já foi lá em casa, é meu parceiro para todas as horas. Espero que seja assim por muito tempo ainda", completou Chico.

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