Clube

Direito de resposta – Palavra do Presidente

Em função de informações publicadas na coluna "Augusto Mafuz", do jornal Tribuna do Paraná – edição 1º de agosto de 2006, o presidente do Conselho Deliberativo do Clube Atlético Paranaense, Mario Celso Petraglia, manifesta seu direito de resposta. Confira o texto na íntegra, abaixo publicado:

Direito de resposta

A coluna "Augusto Mafuz" de 1º de agosto de 2006 afirma que traí o Sr. Ademir Adur, um "companheiro" a quem supostamente devia respeito, gratidão e lealdade. Shakespeare, em Macbeth, diz: "Não existe arte pela qual se possa adivinhar o caráter de um homem só em observando-lhe a fisionomia". Só conheci o Sr. Ademir Adur quando cheguei no Atlético, em 1995. O Atlético era um clube com grandes dívidas, sem jogadores, sem estádio adequado para sua grande torcida e na segunda divisão, sem esperanças de voltar à elite do futebol brasileiro. O Sr. Adur era diretor financeiro daquela gestão. Assumi o clube com ele, que não saiu acompanhando o ex-presidente demissionário. Hoje, alguns consideram-no um idealista, que iniciou a revolução junto conosco. Não é verdade. Já estava no Atlético, observando a deterioração de um dos patrimônios mais tradicionais do Estado do Paraná.

A conveniência parece ter pautado suas ações dentro do clube. Aparecia nos momentos de júbilo, como na conquista do Brasileiro de 2001, mas não estava presente nos momentos tristes, como na campanha da Libertadores de 2002. O Sr. Ademir Adur foi contra os grandes projetos atleticanos, por considera-los "fora da realidade". Riu do arrojado projeto da Arena, porque não acreditava no sucesso da obra. Preferia fazer remendos na velha Baixada. Temia ter seu nome associado ao fracasso, mas não aos grandes êxitos do Atlético. A Arena é um deles, o CT do Caju, outro. Também foi contra a aquisição da Estância Papa João XXIII, que considerava um "elefante branco".

O Sr. Adur, então presidente do Conselho Gestor do Atlético, rescindiu o contrato de parceria com o PSTC e corremos sério risco de perder jogadores importantes, somente mantidos após adquirir 100% dos direitos federativos e 50% dos direitos financeiros por valores maiores. Felizmente, retomamos a parceria, evitando enormes prejuízos. Tentou também criar fundos de investimento de jogadores do Atlético, com participação simbólica para o clube, mas grande retorno para os demais participantes. Jamais permiti que isso se realizasse.

O Sr. Adur saiu do clube, mas continua ligado ao futebol, perseguindo objetivos pessoais que um dia tentou realizar com a marca Atlético. Até hoje lutamos contra os interesse dele e de outros empresários, como no caso do Dagoberto, por exemplo, que grande mal-estar causa ao Atlético. Recebi Ademir Adur, Gabriel Massa e Ratinho Júnior para negociar a cessão de 30% dos direitos para o jogador – percentual que Dagoberto me pedira pessoalmente. Fizemos o acordo, mas eles não parecem interessados num acerto final com o clube. Querem mais, em dinheiro e em exposição na mídia.

Aprendi com meus pais a ter honra, trouxe de casa valores como ética, honestidade e hombridade. Não traí ninguém, como sugerido. Não se pode chamar de traição a defesa de um ideal comum a todos os atleticanos. A Constituição garante o direito de manifestação e de crítica, respeitados os limites legais. Tenho o direito de me defender de acusações falsas pelos meios de comunicação de massa. A relação com Sr. Adur foi determinada pelas circunstâncias da vida, sem vínculos de amizade. Dela não sobrou qualquer lastro de gratidão ou lealdade. O julgamento faz quem conhece a história, e as desculpas, pede quem precisa.

MARIO CELSO PETRAGLIA
Presidente do Conselho Deliberativo do Clube Atlético Paranaense

Skip to content