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FLAMENGO. A BOCA-LIVRE DA MÍDIA. Comunicação Social. Lazer. Profissionais envolvidos. Futebol, ramo de entretenimento? Talvez, não necessariamente. Entretenimento ligado ao direito constitucional ao lazer, por analogia, extensão quem sabe. Um direito que está positivado na Constituição em seus artigos 6º, 7º, 217 e 227. Inserido no capítulo dos Direitos Sociais, e este, por sua vez, está inserido no Título dos Direitos Fundamentais. O lazer, portanto, é um direito subjetivo, fundamental e de 2ª geração. Nos artigos 5º, 37 e 216 a Carta Maior assegura o direito constitucional de acesso à informação, regulamentado ainda pela legislação esparsa (lei 12.527/11 et al). A informação, portanto, é um direito objetivo, igualmente fundamental e geracional. Antinomia é um aparente conflito entre normas jurídicas, no tocante à sua interpretação, a qual, de acordo com critérios pré-estabelecidos, proporcionará através da própria hermenêutica, sua solução determinando o prevalecimento de uma norma sobre a outra. Jornalistas são profissionais da Comunicação Social regularmente diplomados e inscritos em seu órgão de classe (sqn), sendo no exercício de sua profissão muitas vezes acompanhados por comentaristas, estes, sem qualificação obrigatória qualquer. Conjuntamente, integram a mídia, neste caso, desportiva. Meios de comunicação de massa englobam rádio, TV e jornais. Aqueles, estão contidos nestes, trazendo ao público ouvinte, telespectador e leitor, conteúdos relacionados, em tese, à informação. Os agentes da mídia (jornalistas e comentaristas) são pagos para tanto. Nós, do lado de cá, pagamos para ter acesso a tal conteúdo. A grande questão, é a qualidade deste conteúdo. O que menos se vê num programa ou numa coluna desportiva hoje, são análises sobre o esporte Futebol. E ainda se autointitulam, os agentes comunicadores, de analistas. O advento paradigmático (abandono do paradigma da consciência para assunção do paradigma da comunicação) da world wide web c/c a internet, fez da comunicação social uma das profissões mais fáceis de se exercer na atualidade. Já não há mais necessidade de se “ir a campo”, como faziam os antigos repórteres, os foquinhas: qualquer agente (eu escrevi qualquer) pode acessar a web de seu computador ou android mais próximo, e ali obter notícias, fatos e estatísticas que possam ser repassadas aos espectadores, não obstante o façam sobre os lençóis da pesquisa e sob os edredons da imparcialidade. Como é fácil ser ‘agente’ de programa esportivo. Basta falar. Falar sem ter pesquisado nada, sem ponderar merda alguma e sem ter investigado porra nenhuma: é só REPRODUÇÃO! Sim, nada se cria, tudo se copia! É apenas decorar frases que passeiam com as nuvens e pronunciá-las em terra. Sério, você que está lendo isso, poderia perfeitamente sentar nas bancadas. E soltar o seu verbo, pois o que vale é a subjetividade, o individual. Basta boa memória e razoável eloquência. E “vale mais” quando se agrada uma pequena maioria, mesmo que segregando, excluindo ou marginalizando os demais, que compõem a efetiva maioria! Aliás, só vale se agradar essa parcela que consome os produtos fabricados pelos patrocinadores, o público alvo desses programas: - “Sai do chão, é a torcida do Mengão!” O momento atual, mesmo que esperado (não fosse obrigatório), óbvio (pela receita televisiva) e normal (pela desigualdade anticompetitiva), é diuturnamente reproduzido sem solução de continuidade! Um desfile de obviedades, num baile exclusivo de aduladores, bajuladores, encomiastas, louvaminheiros, puxa-sacos, baba-ovos, lambe-botas, paga-paus, manja-rolas, pelegos, todos eles subservientes, a quê? A este atual bom momento do clube que mais recebe verba da TV, em detrimento dos outros clubes! Transfiram essa verba para o CSA para ver no que vai dar. Para o Brasil de Pelotas, o Rio Branco de Paranaguá, qualquer outro. Verba concentrada, não fazem mais do que obrigação! E aí como sustentáculo dessa vergonha vem a pseudo-notícia, travestida de opinião tipo “favoritaço em tudo que disputa, futebol mais bonito, ninguém segura, time do século, padrão europeu, adversários encantados, Jesus melhor técnico do mundo, contra tudo e contra todos, campeonato já acabou, entreguem a taça”, só na base da manchete, reprodução de manchetes sem conteúdo ou profundidade alguma. Muito fácil. Não bastasse, ainda vêm com a pachorra de inventar polêmica, colocando-o como vítima em acusar o VAR no último jogo contra o Athletico, ignorando a partida de ida na Copa do Brasil, na qual o goleiro deles deveria ter sido expulso e inclusive anularam um pênalti contra o Cirino, voltando o lance em outra jogada que o árbitro validou. Eles fazem um rastreamento inverso do lance até encontrarem algo que possa livrar o Flamengo do gol ou simples perigo. É ridículo. E nessa mútua masturbação entre mídia e torcida do mengão, os programas esportivos passam suas horas, grudentas, melequentas, sudoréticas, nojentas. “Mas dá audiência”, diria um legítimo capitalista. Legitimidade não significa inteligência. Pois a inteligência considera alteridade. O que resta aos outros? As batatas? Este é apenas um dos campos de batalha que o CAP enfrenta faz décadas. E obtém sucesso, à medida que esta podre mídia não reconhece os feitos do nosso presente nem as glórias do nosso passado. Não é o caso de falar de nós, mas falar a verdade. A verdade de que o CRF não é tudo aquilo que eles inventam. Assim como inventam Paquetás e Vinícius Jrs. Para aumentar seus valores de mercado, tal qual elegeram Renê o melhor lateral esquerdo do ano passado. Inventam alimento para a massa mastigar, consumir como verdadeiro e como se fosse alimento. Alimentandos e alimentados, fazem o círculo da vida, uma espécie de esteira hedônica emprestada dos ratos, onde o queijo de sempre é ofertado, deglutido e regurgitado ou defecado para novo processo de satisfação. Quem sabe uma nova Ilha das Flores, onde os restos são o substrato dos aminoácidos para o povo que não tem condições de consumir bem. Diego Alves, o repatriado mascarado de cristal que sente “dores” a cada vez que cai no chão, fez inúmeras defesas, mas o Fla foi melhor. O erro de Léo evitou o empate, mas o Fla foi infinitamente superior. E por aí vai. Não analisaram o desempenho e sim o resultado. E em cima dos resultados vão construindo seus castelos, desfilando seus príncipes milionários e escondendo o dragão Globo que os protege dos demais plebeus do Reino dos Urubus. Sou pela regionalização dos meios de comunicação, neste caso, de TVs locais com programação estadual, mas o poder central é maior. Em função do controle social, não reconhecem o país como uma federação. Seus olhos e suas (in)consciências são provincianos, bairristas, 'estadualmente' xenófobos. Trabalham em causa própria. Norte, Nordeste e Centro=oeste inexistem para eles. O Sul, é insignificante. O Rio Grande do Sul, voltou a ser desprezado. Quantos brasis há neste país que não é uma nação? “A nação é a rubro-negra, somos mais de 50 milhões de torcedores sobre o território.” Discurso. O discurso de bom futebol. A humanidade historicamente sofre na mão de seus sofistas, suas retóricas e seus convencimentos oratórios. Parece que isto será sine die, aguardando o próximo cataclismo. Não basta só o Athletico lutar contra este establishment. A emancipação há de vir de todos os outros, além dos athleticanos, no sentido de formação de uma Liga Nacional de Futebol, cujos fundos hão de ser distribuídos equitativamente, igualitariamente. Senão, a espanholização nos atingirá, teremos apenas Real Madrid (Flamengo), Barcelona (Palmeiras) e Atlético de Madrid (Athletico). Não duvidem do terceiro. E qual a graça de três clubes nacionais? Competindo apenas entre si, e sempre vencendo dos vulneráveis, hipossuficientes e iminentes falidos outros clubes? As pessoas gostam de ver que tipo de futebol? Futebol com jogadores ricos e famosos? Só eles são reconhecidos? Só eles têm mérito? Jogador bom é aquele que ganha em torno de 1 milhão de reais por mês? E os Brunos Guimarães da vida que ganham de ‘cinquentinha’ até ‘cemzão’? Quanto você ganha, caro leitor? Na sua profissão, o maior salário é compatível com o melhor profissional? Crises nacionais. Crise de reconhecimento que gera uma crise de identidade, ambas originando-se na velha crise de valores. Em todos os setores da sociedade civil, cada vez mais desorganizada, polarizada, excludente. Talvez as crises sejam como a da Educação: não é crise, é projeto. Quem sabe aquilo que estão fazendo com o Futebol Brasileiro (CBF, Comissão de Arbitragem, Rede Globo, Federações Estaduais, Mídia), é fruto de um soturno planejamento. Um preparatório para aculturar-nos do FUTEBOL AMERICANO. Um futebol faroeste. Fora da Lei. A Constituição já era. Que importe-se e outorgue-se a Commom Law. - “Sentido!” – sobe o hino, arria a Bandeira Estrelada e todos prestando continência (mesmo sem cobertura). Comecem a contar jardas, meus caros. O Brasil não é mais aqui... p.s.: Petraglia precisa voltar. E votar certo. Não consigo imaginar o Athletico sem Tiago Nunes. Estou no túnel Roça Nova, quem sabe exista uma luz no fim. A luz da unificação athleticana...