Clube
Confira na íntegra a entrevista dos presidentes
Os presidentes do Conselho Deliberativo, Mário Celso Petraglia, e do Conselho Gestor, João Augusto Fleury da Rocha, concederam entrevista coletiva nesta tarde, na sala de imprensa da Kyocera Arena. Confira quais foram os pontos abordados pelos presidentes do Clube Atlético Paranaense.
Abertura
Mário Celso Petraglia
“Estamos há disposição para iniciarmos essa entrevista coletiva com objetivo único e fundamental de esclarecer alguns pontos. Principalmente, visar informar a nossa
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João Augusto Fleury da Rocha
“Não vejo, por razão alguma, que devemos dar satisfação sobre algumas coisas do futebol. Às vezes, os resultados não são aqueles que queremos. Não se ganha e nem se perde sempre. O futebol só tem três resultados. Estamos aqui para nos colocar à disposição. Especialmente para vocês, que aqueceram nossa chamada. Esclarecer suas dúvidas, clarear questionamentos. Para que tenhamos ressonância no que realmente falamos. Não se pode alcançar objetivos se não tivermos unidade. Nós temos dentro do clube essa unidade, essa união, essa liga. Prova disso foram os números da última eleição. Se não lhes agrada que esses números sejam suficientes, então lhes compete que, pelo menos, tenham equilíbrio, isenção nas suas opiniões. Da mesma forma que somos transparentes, que vocês sejam transparentes. Muitos, um dia depois dos jogos, falam o que deveria ter sido feito. Esses estão convidados para que apresentem 24 horas antes da partida, a formula mágica”
Objetivo 2006
João Augusto Fleury da Rocha
“Eu vejo o seguinte. Primeiro, ninguém prometeu nada, a única promessa que faço é para a Nossa Senhora Desatora de Nós, a quem eu sou devoto. Promessa de ganhar título nem mais o inconseqüente, o mais autista dos presidentes faria. Todos nós
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Mário Celso Petraglia
“Essa é mais uma deformação. Prometemos trabalho, dedicação. Foi o primeiro ano nesses 11 anos, que começamos com um grupo formado com a previsão de tentarmos fazer um bom campeonato. Quem seria o maluco, o irresponsável de prometer títulos, nós prometemos tentar fazer isso ou aquilo. O ano ainda não terminou, temos mais duas competições. Realmente, as duas primeiras estão aí, os resultados não foram os esperados. As facilidades estão no olhar para trás, realmente aconteceu e pode acontecer nos próximos anos. Quem disser que vai ganhar tudo o tempo todo, está mentindo. Essa é a falácia que nunca vou dizer para ninguém. Essa deformação da imprensa nos deixa muito tristes”
Atitudes
João Augusto Fleury da Rocha
“Queremos que o clube cresça muito mais ainda. Sabemos que quanto maior é a envergadura, maior será a nossa responsabilidade. Mas sabemos que as coisas que estão sendo feitas, estão da forma correta. Também não seremos assodados a tomar atitudes que afrontem nossos princípios. Temos um rigor orçamentário muito grande, não podemos dispor de receitas como clubes do Rio e São Paulo, que têm espaço maior na mídia. Da mesma forma que temos milhão e 600 mil torcedores, sabemos que existem outros que não são nossos. O que podemos fazer é filtrar, estreitar a malha. Assim, a malha se torna mais fina, teremos menos erros, mais acertos. Esse projeto não vai ser alterado por eventuais situações”
Mário Celso Petraglia
“Será que nós temos que provar alguma coisa ainda? Nesses onze anos queiram ou não queiram nossos inimigos e os mal intencionados, a história do futebol paranaense já esta escrita. O nosso crescimento é em benefício de todos, principalmente da imprensa, que tem maior espaço, mais cotas. A história está escrita antes ou depois do projeto do Petraglia, Fleury, da Kyocera Arena, pouco me importa. Está escrito. Isso não faz bem para alguns, principalmente para aqueles que têm outras cores, outros interesses. Principalmente aqueles que estavam acostumados com o Atlético
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Houve erro, óbvio, mas má intenções não admito. Nossas determinações estão provadas que são honestas para o bem do clube. Agora garantir um título, será que já não falei? Futebol é futebol. Não é uma ciência exata. Somos 180 milhões de técnico, por isso é essa loucura. Todo mundo pensa que entende. Em dez anos, conquistamos cinco Paranaenses, um Brasileiro da Série B, um da Série A, um vice da Série A, um vice das Américas e construímos a maior estrutura do Brasil. Vocês querem milagre. Se não estão satisfeitos, a torcida que se reúna com os sócios, façam o impeachment. Foi criada uma enquête, depois da entrevista que dei durante a semana, se eu devo ficar ou sair do Atlético. E os torcedores nos dizem claramente o que sentem, que estão satisfeitos. Só se estivéssemos em um manicômio para não reconhecer que foi o melhor trabalho do Brasil. Citem algum parecido nos últimos 20 anos que foi feito sem ajuda do poder publico.
Givanildo Oliveira
Mário Celso Petraglia
“Estamos avaliando, assim como a torcida, como a imprensa nacional. A avaliação é em cima do resultado. Só tem uma máxima no futebol, a vitória. Nada mais significa. Ganhou está no céu, perdeu no inferno. Mas faz parte do jogo. Não leio mais, só quando me mandam. Não tenho mais estômago. Estou cansado de repetir, de dizer. Nada evolui, absolutamente. É sempre a mesma ladinha. Estamos no século 21, o mundo se tornou uma aldeia, a comunicação é feita em tempo real. Nós temos a cultura, o defeito, os erros de trocar os treinadores. Às vezes, vejo a maldade estampada no subliminar que seis, oito técnicos já passaram por um time. Auxiliares técnicos quando assumem são considerados técnicos. Somos cobrados quando trocamos e somos trocados quando não trocamos. A avaliação é feita constantemente. Nosso técnico ficará até o momento que ficar. Depende da vontade dele e do clube. Estamos aqui e somos responsáveis pelo destino do Atlético. Conflita, às vezes não conseguimos os resultados e os números que esperamos. Paciência. Nós decidimos, gostem ou não. Decisão única e exclusiva do clube. Obviamente que os resultados desse ano aconteceram em conseqüência de tudo que não deu certo ou que não saiu do jeito que esperávamos. As situações não aconteceram do jeito que prevíamos ou imaginávamos. Se tivéssemos uma bola de cristal, estaríamos com uma tenda e a fila seguindo. Nós, pela experiência na área, vamos pela indicação, conhecimento. Mas só a Um pertence o futuro. Nós não estamos satisfeitos com o conquistamos até o momento, óbvio. Quem está satisfeito comparado aos 76% de aproveitamento que sempre tivemos na Arena, fizemos um levantamento de toda a história. Quando perdemos, não gostamos. Perdemos o Paranaense, quem gostou? O Atlético entra nas competições com o objetivo de vencê-las. A Copa do Brasil, acidente ou não, ou incompetência, o adjetivo pode ser de qualquer um. Se ganhassem do Volta Redonda, passaríamos o Campo Bom, já ganhamos do Vasco aqui de 7. Mas isso são meras suposições que fazem parte do mundo do futebol. Recentemente, um dos maiores clubes de futebol montou um time de galáticos e não ganhou nada. Claro que a probabilidade de cairmos é aritmética. Quem disser que não temos essa probabilidade está mentindo. Mas em termos de índice técnico, aproveitamento na Baixada, pelo nosso grupo, entendemos que o risco é infinitamente menor que 20%. Mas isso existe para todos, para quem está competindo. O futebol é o esporte mais competitivo de todos. Tem 45% de probabilidade de dar zebra. Temos de saber essa realidade. Não estamos prometendo o que não cumprimos. O que me cansa é ter que vir e falar sobre as mesmas coisas. Vocês são formadores de opinião. As pessoas lêem e ainda acreditam no que está escrito. E daí, nos obrigam a vir aqui cada vez para desmentir, consertar. Isso nos deixa extremamente tristes. Li que o Hélio dos Anjos foi contatado. Infâmia, mentira. Ainda quando temos outro na posição. É isso que me revolta. Ainda temos que ler essa infâmia no jornal. Me parece que é assim que faz futebol aqui, como se faz horóscopo no jornal. Ei fulano, me dá o ‘aquário’ de hoje. Parece que é assim: Ei fulano, me dá o Atlético de hoje. Nós nos fazemos nos comunicar através do nosso site ou através das coletivas de imprensa. Nosso treinador não quer mais da entrevistas. Nós endossamos. É um ser humano, merece consideração. Não virá mais, não podemos obriga-lo, quando ele não se sente seguro confortável.
Dagoberto
Mário Celso Petraglia
“A decisão está dependendo dele e do clube.Absolutamente não tenho mais comentários. Há longo tempo estamos conversando com os procuradores, com o próprio Dagoberto. Há uma dificuldade muito grande de conciliação de interesses. Mas estamos muito próximos de um entendimento. Foi entregue, por autorização do nosso conselho e foi aberta uma assembléia para que se negocie com seus procuradores e com o Dagoberto, essa renovação. A negociação está subordinada ao nosso conselheiro e responsável pelo departamento jurídico. A responsabilidade está sob júdice do departamento jurídico do Atlético. Se fala muito da ida dele ao Palmeiras, sai em jornal, mas eu não acredito muito no que leio, infelizmente. Nós vemos a realidade dos fatos. Existe a probabilidade teórica de que em 24 de julho de 2006, ele possa fazer um depósito para uma redução de 80% da multa rescisória. Teoricamente, o valor de 5 milhões e 400 mil reais ele poderá depositar e jogar no Palmeiras, Corinthians ou onde ele queira. Infelizmente aconteceu a lesão dele. O Atlético também proporcionou a ele condições de estar na Seleção Brasileira, ser Campeão do Mundo pela Sub-20. Ele dedicou um pouquinho mais de 40% do tempo ao clube”
João Augusto Fleury da Rocha
“Que esse seja realmente um desejo do atleta, que foi formado no clube, eu não acredito. As coisas não são bem assim, acreditamos que as negociações ainda não se exauriram. Tenho certeza que não chegaremos nessa situação (depósito em julho deste ano). Mas caso aconteça, tenho certeza que a torcida do Atlético vai entender o que a diretoria terá de fazer. É uma grande expectativa pelo o que o clube investiu no cidadão, no ser humano. Existe uma relação de paixão com o torcedor. Ele vai ter que se explicar ao torcedor e não pra mim. Não acredito em traição, porque isso é coisa de marido e mulher, amigo e amiga. Nossa relação com os atletas é profissional.
Diretor futebol
Mário Celso Petraglia
“Nós temos uma política que é a profissionalização total do clube, não acreditamos mais em diretores que se doem e fiquem depois do horário e deixem seus afazeres pessoais. A pessoa fica totalmente à disposição, longe de suas famílias. Estamos buscando um diretor habilitado, capacitado, que assuma esta função. Estamos, há vários meses, tentando alcançar esse objetivo. Pode ser que apareça. Esses supervisores que vem daqui pra lá, de lá para cá, hoje em um clube, amanhã em outro, pelas necessidades do Atlético, não vemos que seja o caminho da solução. Que seja uma pessoa de alto nível, formada, responsável pela área técnica. Dedicada exclusivamente ao Atlético. Principalmente a parte moral, ética que se permite”.
Pacotes
Mário Celso Petraglia
“Temos que rever ou mudarmos a forma de vender ou eliminarmos. Porque não pode com toda essa infra que o Atlético oferece, vender 2500 pacotes em uma cidade com dois milhões de habitantes. Estamos com a consciência do dever cumprido. Quem imaginaria que a curto prazo chegaríamos a uma final da Libertadores. E se temos uma área no Atlético que tem sido eficaz, é o marketing. Outro dia me perguntaram se um patrocinador da cor verde quisesse ser parceiro do Atlético, se deixaríamos. Se ele pagar caro, porque não. Nós precisamos pagar nossa folha de pagamento. O Atlético não deve nada a ninguém, graças a isso”
Planejamento durante a Copa do Mundo
Mário Celso Petraglia
“Existe uma primeira sugestão da área técnica de ter pequenas férias para o grupo de jogadores. E depois retomarmos para um intertemporada para nos preparamos para o jogo contra o Fortaleza. Não há detalhamento. Existiu uma possibilidade de uma excursão para a Alemanha, durante a Copa do Mundo, que não se concretizou. Pode até acontecer, mas não sei se convém. Não sei se seria bom sair nesse momento, mas existe um planejamento da área técnica
Kyocera Arena
Mário Celso Petraglia
“A obra já começou. Felizmente, depois de 10 anos, adquirimos o terreno ao lado. Conseguimos, o final do ano passado, o acordo. O Atlético adquiriu, pagou a outra metade e terá toda a quadra a partir de janeiro. Emitimos um oficio para a FIFA e para a Conmebol. Porque o nosso projeto inicial era de 52 mil lugares. Mas hoje o Estatuto do Torcedor exige cadeiras em todo o estádio. Então, com o projeto inicial, ficaríamos com 36 mil lugares. Nós não jogamos aqui a final da Libertadores, porque não tínhamos 40 mil lugares. A FIFA sugere que a competição que ela organiza, que é o maior espetáculo da Terra, seja realizada no Brasil, em 2014. E nós queremos que uma das sedes seja Curitiba. Esse documento oficial, encaminhamos para saber se 36 mil lugares são suficientes para sediar uma final da Libertadores e da Copa do Mundo. Estivemos no Rio de Janeiro, alguns dias atrás em reunião com o presidente Ricardo Teixeira. Esperamos uma resposta oficial. Se vier o documento permitindo os 36 mil lugares, o projeto está pronto. Se vierem os 40 mil, nós já temos alguns contatos com grupo de arquitetos especializados e teremos de rever o projeto inicial. E conseqüentemente, também vai demorar um pouquinho mais. Estamos procurando um financiamento também, porque o clube não quer usar mais nem o capital de giro e nem mais as receitas de transferência de jogadores para investir no patrimônio. Já foi feito um sacrifício muito grande até aqui. O Atlético foi o clube que mais investiu em estrutura e vamos buscar um financiamento a longo prazo. Vamos buscar que as propriedades possibilitem, a longo prazo, um financiamento de 10/15 anos a ser pago com a receita da própria Arena. Para que não tenhamos mais que sacrificar o futebol com transferências. A conclusão da Arena também vai depender dessa busca. Tenho uma reunião em Brasília, na terça-feira, para buscar ajuda. Porque o Brasil precisará de 10/15 novas arenas para que seja sede da Copa de 2014. Nós queremos ser os pioneiros disso. Quem chega primeiro, bebe água limpa. Existe o projeto do ginásio. A Areninha, que a gente chama. Os estudos estão adiantados para que seja indexada. Seria um complexo aproveitando já a construção desse lado. Integraria todo o complexo para todo o equipamento necessário para cinco, seis mil lugares para que se façam shows e esportes indoor. Fizemos uma pesquisa e é uma condição de local que Curitiba não tem.


