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20 anos! Felipão conta como o Athletico ajudou o Brasil a conquistar o penta

Foto: Gustavo Oliveira/athletico.com.br

Qual é a relação do Athletico com o pentacampeonato mundial da Seleção? Kléberson, é claro! O meia rubro-negro foi peça decisiva na vitória brasileira na Copa do Mundo de 2002. Mas o envolvimento do Furacão na grande conquista nacional, que completa 20 anos nesta quinta-feira (30), não se restringe à participação do craque athleticano.

Duas décadas depois do triunfo na Coreia e no Japão, o Athletico tem a honra de contar com o comandante do penta à frente de sua comissão técnica. E Luiz Felipe Scolari garante: a torcida rubro-negra pode se orgulhar por seu clube ter contribuído para um dos momentos mais épicos da história do futebol brasileiro.

“Foi onde começamos a vencer a Copa do Mundo”.

Felipão fala sobre o CAT Alfredo Gottardi e relembra um momento crítico da caminhada brasileira rumo ao Mundial. Em outubro de 2001, quando a Seleção desembarcou no complexo rubro-negro, para um período de uma semana de preparação, pouquíssimos ousariam prever que, nove meses depois, a taça estaria em nossas mãos. 

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O período no CAT Caju

O Brasil vinha de uma campanha nada positiva na Copa América, disputada na Colômbia. Tinha sido eliminado nas quartas de final com uma derrota de 2 a 0 para Honduras. E a situação também não era boa nas Eliminatórias. Todos falavam sobre o risco de o país do futebol ficar fora, pela primeira vez, de uma Copa do Mundo.

“Eu estive aqui em Curitiba com a Seleção Brasileira em 2001, fazendo uma pré-temporada e, depois, um jogo das Eliminatórias, contra o Chile. A pré-temporada foi feita no Athletico, no CT. Às vezes faltava um jogador para participar dos treinos e a gente chamava o Dagoberto, que ainda era dos juniores. Ali começou a se formar aquele grupo, aquele ambiente e aquela confiança de que poderíamos conseguir”. 

A estadia no CAT Caju fez bem para a Seleção. Logo depois, o Brasil venceu o Chile por 2 a 0. E garantiu a vaga na Copa com um triunfo de 3 a 0 sobre a Bolívia, no Maranhão.

Enquanto isso, o Athletico vivia um momento mágico de sua história: a campanha rumo ao título do Campeonato Brasileiro de 2001. E a jornada rubro-negra rumo à estrela dourada também teria sua influência na conquista do penta. 


Foto: Lucimar do Carmo

A convocação de Kléberson

Durante a trajetória do Furacão rumo ao título nacional, uma jovem revelação rubro-negra chamou a atenção da comissão técnica da Seleção. Aos 22 anos, Kléberson se destacava pela força física, pela qualidade técnica e pela versatilidade em campo.

“O Murtosa [auxiliar técnico] veio assistir a um jogo do Athletico e me disse: ‘Felipe, lá tem um que a gente tem que pensar’. E daí a gente foi atrás de observar e aconteceu a convocação do Kléberson, que ninguém esperava. Como recebíamos boas observações, sabíamos que ele poderia fazer parte daquela seleção. Ele fez parte, foi campeão e foi espetacular. Do quarto jogo em diante, foi titular absoluto e fez quatro jogos maravilhosos”.

A convocação recebeu o aval de outra figura importante da conquista brasileira, que também tem sua ligação com o Athletico: o coordenador técnico Antônio Lopes, que havia sido treinador do Furacão em 2000.

Kléberson fez sua estreia pela Seleção em janeiro de 2002. Em um amistoso contra a Bolívia, vestiu a camisa 10 e marcou um gol na vitória do Brasil por 6 a 0. Depois, participou de outras seis partidas preparatórias para a Copa. E, é claro, dos jogos decisivos que deram ao Brasil o seu quinto título mundial.

Antes do Mundial, durante a estadia da Seleção em Barcelona, em maio, seria colocada em prática mais uma contribuição athleticana para a conquista do penta.

O esquema campeão

“Em 2001, o Geninho tinha, aqui no Athletico Paranaense, Gustavo, Nem e Rogério Corrêa. E foi campeão brasileiro jogando com três zagueiros, dando liberdade aos alas. Como o Geninho é um grande amigo meu e tinha sido meu jogador no Juventude, eu tive a liberdade de ligar para o Geninho, para conversarmos um pouco sobre como era o que ele estava fazendo. O que ele estava usando e de que forma. Ele me explicou porque ele tinha feito, de que forma ele tinha conseguido dar estabilidade ao setor defensivo, situações de saída de bola e uma série de coisas”.

Felipão se interessou pela forma de jogar do time campeão brasileiro do Furacão. E sabia que o elenco da Seleção tinha as características necessárias para aplicá-lo.

“Eu vi que eu poderia implementar na Seleção Brasileira, com os jogadores que eu já tinha e com as qualidades individuais que eles possuíam. Foi um dado importante que eu recebi do Geninho e coloquei em prática depois da viagem a Barcelona. Quando viajamos, estávamos em dúvida sobre que sistema utilizar. A cobrança da imprensa e da torcida era muito grande. Quase ninguém acreditava no nosso time. E foi daí que chegamos nesse sistema que utilizamos na Copa do Mundo, que ninguém esperava, com três zagueiros. Para aproveitar as características individuais que tínhamos em Cafu e Roberto Carlos. Daríamos a eles as condições ideais e traríamos para nós uma segurança grande de que teríamos saída de bola, teríamos qualidade para essa bola ser jogada e teríamos defensivamente um aspecto muito forte. A gente foi montando aquele grupo e pelas qualidades individuais a gente foi somando, diminuindo e achamos que o melhor seria dar aquela formatação para a equipe. Começou assim”.

O esquema foi aplicado nos amistosos finais antes da Copa e durante todo o Mundial.


Foto: Sergio Sade

Orgulho athleticano

O final desta história todos conhecem.

Dia 30 de junho de 2002. O cronômetro do Estádio Internacional de Yokohama marcava 33′ do segundo tempo. Próximo da linha central, pelo lado direito, Kléberson recebeu a bola de Cafu e disparou. Já próximo do bico da grande área, o nosso Xaropinho ergueu a cabeça e tocou em direção à meia-lua, onde estava Rivaldo, que abriu as pernas e deixou que o passe chegasse a Ronaldo, que bateu sem qualquer chance de defesa para Oliver Kahn.

Era o segundo gol do Brasil contra a Alemanha. O penta era nosso. O Brasil inteiro estava em festa. E para a torcida do Athletico, a torcida do campeão brasileiro, o orgulho era ainda maior. Afinal, um pouco do Furacão também esteve em campo naquela Copa.

Orgulho compartilhado pelo comandante do penta.

“A minha identificação com o Athletico não está sendo de agora. É de muito tempo atrás, quando sem querer a gente foi criando vínculos. Estou muito feliz de estar aqui hoje e ter criado esses vínculos com o Athletico Paranaense”.

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