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Caso Dagoberto – Entrevista Banda B
Na sexta-feira (15 de setembro), o diretor jurídico do Atlético, Dr. Marcos Malucelli, e o diretor de marketing, Mauro Holzmann, participaram do programa Esportes Banda B, da rádio Banda B. O principal assunto tratado foi o caso do atacante Dagoberto. Confira a entrevista na íntegra.
– Paulo Sérgio – apresentador:
Ontem tivemos aqui a presença do atleta Dagoberto falando do caso dele com o Atlético Paranaense, a situação que está rolando na Justiça. E prontamente a rádio Banda B também abriu espaço para o Atlético Paranaense dar a sua versão dos fatos que estão acontecendo. Só para resumir aqui, o Dagoberto está em litígio com o Atlético e na última audiência, que aconteceu no final do mês de agosto, a Justiça do Trabalho decidiu pela manutenção da prorrogação do contrato do atleta com o Rubro-Negro por mais 250 dias. A decisão quanto ao caso sairá apenas na sentença final do mérito. A próxima audiência está marcada para o próximo dia 20 de outubro e, enquanto isso, apesar de estar inscrito na Sul-Americana, o Dagoberto, como disse aqui ontem, segue afastado do elenco.
Primeiramente, boa noite Mauro Holzmann, diretor de marketing do Atlético Parananense. Muito obrigado pela presença aqui no estúdio da rádio Banda B.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Boa noite Paulo, boa noite Osmar, pessoal da Banda B, obrigado vocês.
– Paulo Sérgio – apresentador:
Obrigado também pela presença do Dr. Marcos Malucelli, advogado do Atlético Parananense que está cuidando desse caso. Obrigado também pela presença.
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Boa noite, eu que agradeço.
– Paulo Sérgio – apresentador:
Obrigado também ao Osmar Antonio que mais uma vez está aqui no Esporte Banda B.
– Osmar Antonio – repórter:
É verdade Paulo. Boa noite aos ouvintes da rádio Banda B, ao Dr. Marcos Malucelli, ao Mauro Holzmann, agradecendo realmente pela participação. Porque é interessante passar ao ouvinte da rádio Banda B, para o torcedor, para quem acompanha o futebol, para quem gosta do futebol, para quem vai ao estádio acompanhar, toda a verdade que vem acontecendo e os detalhes. Porque às vezes em uma entrevista coletiva ou em uma entrevista individual some um detalhezinho ou outro. Então, é importante a presença dos senhores aqui. Ontem tivemos a presença do atleta Dagoberto dando a versão deles. E dentro da democracia que vivemos hoje pela manhã convidei o Marcos Moura Teixeira, que é o diretor desportivo do Atlético Paranaense para participar. Mas acabamos fazendo questão de virem o Mauro e o Dr. Marcos Malucelli. Justamente para poder esclarecer bem ao ouvinte da rádio Banda B essa situação, que na verdade já está se tornando uma novela.
– Paulo Sérgio – apresentador:
Minha primeira pergunta é para o Mauro Holzmann, ou se o Dr. Marcos Malucelli quiser responder. Por que começou toda essa história e toda essa situação e por que o caso Dagoberto foi parar na Justiça?
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Essa pergunta eu gostaria que o Dr. Marcos respondesse, mas só queria fazer uma observação. Uma informação equivocada que o Paulo passou. O Dagoberto não está afastado do elenco, ele está trabalhando normalmente.
– Paulo Sérgio – apresentador:
A informação quem deu foi ele ontem.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Eu ouvi a entrevista e ele disse: &39;Estou treinando com todos e estou nas atividades.&39; Afastado do elenco é quando o jogador não faz nenhuma atividade, não participa. E ele continua lá treinando normalmente.
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Esse problema do jogador surgiu já no início do ano quando nós procuramos por ele para prorrogarmos o contrato. Inicialmente para renovarmos o contrato por um período maior. Porque vai vencer ainda em 23 de julho de 2007. Como não havia interesse em renovar, nós tentamos até o último prazo uma prorrogação de contrato pelo menos pelo tempo que ele ficou sem jogar que foram 11 meses. Nós infelizmente não conseguimos chegar a um entendimento. Embora nesse período que se estendeu por alguns meses eu tivesse participado de diversas reuniões, uma delas com o próprio jogador presente e as demais apenas com os procuradores dele. E sempre cedendo alguma coisa a mais nessas reuniões até chegarmos a uma proposta definitiva que foi aceita pelos procuradores, mas que não vingou no momento em que eles teriam que nos dar a resposta depois de consultar o jogador. Essa proposta, embora eu veja que ele sempre se queixa que não obtém uma valorização do Atlético, que procuraram uma valorização e não encontraram essa valorização no Atlético. Eu me permito discordar e o clube discorda desse ponto de vista dele, porque ele foi valorizado. Nós chegamos a propor a ele um salário compatível com o prestígio dele, luvas parceladas que chegariam a um valor que não tem no Paraná um salário desses e chegaria a um valor significativo. Posso dizer o valor, chegamos a um entendimento de um salário de 30 mil, um direito de imagem de 30 mil e sete parcelas de 50 mil reais cada uma de julho de 2006 a janeiro de 2007. Quando então, nós teríamos a oportunidade de negociá-lo com um clube estrangeiro. Ele receberia nesses meses 110 mil reais. E não tem um salário desses em Curitiba, em um clube do Paraná. Ainda mais, aí sim valorizando a figura do jogador, o potencial técnico dele, embora ele não tenha participação alguma nos direitos econômicos dele, nós chegamos a abrir para ele 25% de participação na venda se esta ocorresse nessa janela que se fechou em agosto e 30% na janela de janeiro. Se ele fosse vendido, digamos, por dez milhões de euros, vamos fazer aqui uma hipótese, ele teria três milhões de euros em janeiro. Isso é uma valorização ou não é uma valorização, três milhões de euros na participação da sua venda, que ele, em contrato até julho de 2007, não tem nenhuma, é zero? Essa é uma valorização que nós demos a ele, então eu discordo quando ele alega que o Atlético não deu a ele a devida valorização. Foi dada. O clube o valorizou bastante, abriu esse percentual de um salário enorme, cedeu em outros pontos, na questão da multa contratual, chegamos ao valor que os procuradores dele queriam em dólares. Ajustamos o valor, em reais, da multa dele em 39 milhões, que é um valor facílimo de se explicar. O salário dele seria 30 mil, multiplicados por 13 salários, vezes 100, que a lei permite, daria exatamente 39 milhões. Esses valores todos foram acordados até a ultima reunião, quando os procuradores disseram a mim que iriam acertar com ele e voltariam para nós definirmos o contrato. Voltou um deles, o Marcos Malaquias, ao meu escritório dizendo que o jogador havia concordado com tudo. Com o salário, com a luva parcelada, com a participação na venda, com a multa contratual para o exterior, que se não me engano era de 30 milhões de dólares. Mas quanto à multa nacional, ele, por instruções de três advogados que ele não mencionou quem seriam os advogados, queria que ela ficasse em 5,460 mil reais que era exatamente a multa que está no contrato dele hoje, que passaria a vigorar após o quarto ano de contrato dele.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Ou seja, o salário novo e a multa antiga. Essa foi uma das poucas reuniões que eu participei. Essa reunião aconteceu no apartamento do Sr. Carlos "Ratinho" Massa, na Avenida Iguaçu, com a presença do Dagoberto. O que é valorização do atleta, disso eu entendo um pouquinho, da imagem. O presidente Petraglia tomou a palavra e disse ao Dagoberto: "Dagoberto, o Atlético quer valorizar você como atleta. Além das vantagens que nós podemos lhe oferecer, melhorar o seu salário (ali naquele momento não foi falado em valores), nós queremos usar você. Você será o símbolo de campanhas publicitárias do Atlético. Nós vamos levá-lo a conversar com os nossos patrocinadores, que poderão também contratá-lo dentro dessas campanhas que esses patrocinadores fazem. O Atlético quer ter o Dagoberto como o principal, como o Barcelona faz com o Ronaldinho Gaúcho". Com a empresa de material esportivo, eu cheguei a sentar com o Dagoberto, junto com o presidente de uma dessas empresas, que fecharia um contrato com ele. Seria mais um ganho, seria um ganho extra e nós faríamos isso com as outras empresas.
Além disso, o Matthäus estava para chegar e a observação do presidente foi a seguinte: "O Matthäus é um nome internacional e vai trazer uma série de vantagens também nessa área. O Matthäus também vai fazer esse trabalho de valorização do atleta". Isso foi dito nessa reunião no apartamento do Ratinho, com a presença do Dr. Marcos e do Dr. Fleury. Então, se isso não é valorizar o atleta de fato eu não sei o que é.
– Paulo Sérgio – apresentador:
Então tem uma outra pergunta, já que o Atlético colocou todas essas vantagens ao jogador, por que ele não quer renovar com o Atlético, ou pelo menos até aquele momento, qual é o motivo?
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Embora quem devesse responder isso era ele, evidente, eu tenho direito de pensar porque ele não quis renovar com o Atlético. Como o contrato dele vai até julho de 2007, e a partir de julho de 2006, ele teria na multa contratual de 27 milhões e 300 mil reais um deságio de 80%, fazendo com que ela chegasse a 5 milhões 460 mil, eu acho que eles, eles quando eu falo é o jogador e seus procuradores, viabilizaram a possibilidade de eles próprios fazerem a venda dos direitos federativos do jogador e ficar com esse dinheiro para eles. Depositando em favor do Atlético 5 milhões 460 mil reais e naturalmente fazendo a venda 8 milhões, 10 milhões. Nós podemos tomar por base uma proposta que tivemos em janeiro do Hamburgo de 6 milhões de euros, por 50% dos direitos federativos. Nós temos aí 12 milhões de euros na proposta deles, que possivelmente nós conseguiríamos vender por mais. Então se você partir de 12 milhões de euros e ele fazendo um depósito de 5 milhões 460 mil, que dá dois milhões de dólares, o resto é dele. Então eu acho que cresceu a possibilidade de ele ganhar isso sozinho e a partir daí ele segurar essa renovação com o Atlético. Porque não seria a ele interessante financeiramente.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Deixa eu só fazer uma observação em cima dessa informação do Marcos, para o torcedor que é quem está ouvindo. Na verdade o Dagoberto está há seis anos no Atlético e nesses seis anos ele ainda teve esse contusão. O que aconteceu é que nos seus procuradores, a Massa, o olho cresceu. Para quê o Atlético ganhar alguma coisa? Que se dane que o Atlético tenha investido seis anos e que o jogador tenha ficado um ano parado, vamos nós. E o Atlético que se lasque, vamos dar o tombo. (Suposição de pensamento dos procuradores)
– Paulo Sérgio – apresentador:
Então a culpa pela não renovação do Dagoberto é dos procuradores do Dagoberto.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Ontem o procurador dele, a Massa, falou aqui que não. Que além deles é uma decisão do Dagoberto, isso foi dito pelo procurador. Então eu acho que é um conjunto. E, além disso, tem mais esse aspecto. Tem clube mais preocupado em valorizar do que o Atlético com essa demonstração de trazer aqui os dirigentes de um dos maiores clubes da Alemanha, um dos maiores clubes do mundo e os dirigentes do Hamburgo sequer foram atendidos pelo Dagoberto e pelos seus procuradores? Se recusaram a atender por quê? Porque eles não queriam que a negociação fosse feita pelo Atlético. E é evidente que o Atlético teve que tomar as atitudes jurídicas, porque a responsabilidade da diretoria é de preservar um patrimônio do clube, que não é um patrimônio de dono, o patrimônio do clube pertence à comunidade atleticana. Quero fazer uma observação sobre diretoria. É que muito se fala sobre a diretoria do Atlético, que não tem, que só tem um. A diretoria do Atlético é composta, no seu conselho de Gestão, pelo Dr. João Augusto Fleury, como presidente, pelo Dr. Mario Celso que também faz parte, pelo Dr. Luis Alberto Küster, um executivo de multinacional, conhecido, pelo Dr. João Luiz Amato Montingelli, pelo Sr. Pedro José Steiner Neto, pelo Dr. Paulo Roberto Brofmann, Sr. Gláucio José Geara , Sr.Nelson Luiz Silva Fanaia Filho, Sr. Osvaldo Benatto, e pelo Dr. Marcos Augusto Malucelli. O Conselho Deliberativo do Atlético é presidido Dr. Mario Celso Petraglia, vice-presidente Sr. Antonio Carlos de Pauli e Bettega, segundo vice-presidente Dr. Diogo Fadel Braz, 1º secretário Sr. Tobias de Macedo, 2ª secretária Dr. Yara Cristina Eisenbach. Conselho fiscal, Dr. Attílio Melluso Filho, Sr. Frank Arthur Romanoski, Sr. Ygor Kruchowski de Siqueira. E ainda a diretoria executiva, que são diretores que trabalham no dia-a-dia como executivos: a Sra. Maria Aparecida Gonçalves, o Sr. Alberto Maculan Vicentini e veio trabalhar conosco o Sr. Marcos Moura Teixeira.
– Paulo Sérgio – apresentador:
Eu não sei se essa sua explicação Mauro, foi pela declaração que o Dagoberto deu ontem. Porque justamente isso, dizem que a diretoria do Atlético não quer que jogue. Eu pedi a ele para citar um nome. E ele disse que o Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo é o principal responsável pelo afastamento dele do time do Atlético.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Ninguém nega a liderança do Mario Celso Petraglia em todo o Atlético. Até porque essa liderança foi conquistada com trabalho e pela transformação que ele comandou. Agora, toda essa diretoria decide. Além disso, neste assunto Dagoberto, o Conselho Deliberativo continua em reunião permanente. Já foram feitas três reuniões e as decisões em relação ao Dagoberto foram tomadas todas em consulta ao Conselho Deliberativo, além de toda essa diretoria que está aqui. Então, é até leviano dizer que uma pessoa só decide um assunto dessa monta. Quanto aos aspectos técnicos, aí é muito mais com o Marcos, que com certeza vai dar mais esclarecimentos.
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
O Conselho Deliberativo estava em permanente estado de alerta. Hoje nós já encerramos, quando nós definimos que não há mais condições.
– Osmar Antonio – repórter:
O que vai ser decidido no dia 20? Pode ser decidida realmente a questão ou é mais uma audiência Dr. Marcos?
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Dia 20 é uma audiência de instrução ao julgamento. Audiência de conciliação já houve que foi no dia 10 de agosto. As partes apresentaram os documentos e não houve conciliação. Nós chegamos até a fazer, o ministro Pazianoto que nos atende nessa área, estava presente na audiência e chegou a fazer uma proposta. Mas eles não aceitaram e então, o juiz marcou a próxima para o dia 20 de outubro. Nessa audiência do dia 20 de outubro o juiz, eu não acredito, que dê a sentença, porque certamente serão colhidas as provas finais e ele deve levar o processo para analisar e depois marcar uma audiência para a leitura do conhecimento da sentença. Mas pode até na própria audiência o juiz dar, mas eu acho que não dará. Então eu acho que não teremos definição no dia 20 de outubro.
– Osmar Antonio – repórter:
E as partes podem recorrer também.
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
A sentença que for dada, no dia 20 de outubro ou depois, que ele terá que dar obrigatoriamente, aquele que perder recorrerá: seja o Atlético, seja o jogador.
– Osmar Antonio – repórter:
Até onde cabe recurso Dr. Marcos?
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Até a última instância que vai ao TST em Brasília.
– Osmar Antonio – repórter:
E isso em tempo pode demorar quanto?
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Pode levar dois anos, três anos, certamente.
– Osmar Antonio – repórter:
Pois é, ontem eu fiz uma pergunta para o Dagoberto e ele disse que está pronto e inclusive ele está inscrito na Sul-Americana com a camisa 23. Essa decisão de não levar o Dagoberto para o Campeonato Brasileiro é justamente para preservar que ele não faça o número de jogos, sete, em caso de surgir uma proposta e em um acordo ele possa ser transferido. Seria por isso Dr. Marcos?
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Não, não. Isso causou uma outra celeuma. Quando ele estava com quatro partidas, ele ficou afastado um tempo e se dizia que ele não estava querendo jogar para não completar as sete partidas. Mas isso não é verdadeiro. Ele só não completou a sétima partida, porque ele perdeu a posição de titular no time. Ele está à disposição do treinador.
– Osmar Antonio – repórter:
Não tem impedimento nenhum? Se o Vadão quiser utilizá-lo, ele pode?
– Paulo Sérgio – apresentador:
Só lembrando Osmar, que ele não está no time titular do Atlético e nem convocado para o banco desde a época do Givanildo. E teve toda aquela situação que o Givanildo disse que ele estava com problema de estresse.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Depois ele jogou contra o Flamengo, contra o Grêmio e contra o Corinthians. Foi expulso contra o Grêmio em uma expulsão extremamente complicada. Então jogar de que maneira? Com dedicação? Essa expulsão contra o Grêmio complicada. Quase foi expulso contra o Corinthians, em uma situação complicada que o juiz acabou não vendo o lance da falta no Rubens Junior.
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Não podemos deixar de considerar também que com a saída dele, a equipe ganhou cinco, seis partidas e empatou outra. Então o treinador está entendendo que em time que está ganhando não se mexe e não o trouxe de volta.
– Osmar Antonio – repórter:
Teve a entrevista coletiva do Marco Moura Teixeira e na entrevista ele falou, e o Dagoberto confirmou ontem, que se achou melhor esperar até tentar resolver a situação. Mas não existe nenhum impedimento legal? Se o Vadão quiser utilizar, tanto é que está inscrito na Sul-Americana, se quiser utilizá-lo pode?
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Pode utilizá-lo, tanto é que ele está inscrito para a Sul-Americana que é uma Copa que permite só 25 inscrições. Só 25 atletas relacionados e ele está entre os 25. Se o Atlético não contasse com ele, em um plantel de 40, ele seria um dos outros 15 que estariam fora.
– Paulo Sérgio – apresentador:
Para não sair desse assunto e para colocar aqui já uma situação, na saída do Givanildo ele deu algumas declarações com relação ao Dagoberto. Ele disse que um dos motivos da saída dele do Atlético foi que a diretoria queria reintegrar o Dagoberto ao elenco.
– Osmar Antonio – repórter:
O caso que foi contato pelo Givanildo, inclusive em entrevista aqui na rádio Banda B foi o seguinte. Teve uma desavença entre o Dagoberto e o Givanildo, o Givanildo afastou o Dagoberto e aí, o que o Givanildo contou aqui na rádio Banda B, o Marcos Moura Teixeira teria pedido a ele para reintegrar o Dagoberto. E ele (Givanildo) falou que com ele não jogaria mais e preferiu naquele momento deixar o clube. Isso foi o que o Givanildo contou aqui na rádio Banda B.
Perguntas de torcedores:
– Maria Odete:
Eu não entendi muito bem o que o advogado do Atlético falou que em time que se ganha não se mexe. O Atlético não vinha de boas partidas e o Dagoberto não jogava também. Não que eu defenda o Dagoberto ou o Atlético, mas é que se ele é considerado um dos melhores atacantes do Brasil, por que ele não jogava quando nós precisávamos e estávamos uma série de partidas precisando de um atacante?
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Time que está ganhando não se mexe é um ditado popular, mas isso não significa que eu adote essa tese. Eu até dei uma entrevista esses dias dizendo que eu acho o Dagoberto o melhor atacante em atividade no país. Ele não está em atividade, mas destes que estão aí não tem melhor que ele. Da maneira que em um time que eu tivesse que escalar, ele jogaria, mas eu não escalo o time. Quem escala é o treinador e é possível que ele adote esse ditado que em time que está ganhando não se mexe. Mas eu não sei até onde vai a decisão do treinador.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
E ele jogou. Jogou duas partidas e o Atlético perdeu as duas partidas e depois, coincidência ou não, entrou o Marcos Aurélio que se firmou, está jogando muito e o Atlético começou a ganhar.
– Rodrigo:
Nós temos acompanhado alguns jornais, principalmente em nível nacional os boatos sobre São Paulo, Santos, Internacional. Eu queria saber onde está a verdade sobre tudo isso e se realmente houve alguma proposta. Principalmente do Internacional que vai disputar o Mundial, talvez até contra o Barcelona, não seria uma valorização interessante ter o Dagoberto emprestado para um time como o Internacional? Porque eu acho que o Internacional não teria dinheiro para comprá-lo.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Eu quero responder o Rodrigo, porque foi uma pergunta bem precisa. Até porque isso, no caso que foi dito ontem sobre o bom serviço dos agentes da Massa. O que é bom serviço? Pegar um atleta como o Dagoberto e oferecer como mercadoria para trezentos clubes do Brasil? Porque é isso que tem sido feito. Oferecendo para o São Paulo, ofereceram para o Santos, ofereceram para o Palmeiras, esse é o bom serviço que os agentes dele estão fazendo. O exemplo ontem foi usado ao contrário, foi inclusive o exemplo do que o Atlético Paranaense fez com o Adriano. Pegou um jogador desconhecido do Nordeste do país, trouxe para cá, transformou em um grande jogador, negociou com o Olimpique de Marseille, um dos maiores clubes do mundo. O Adriano ganhou muito dinheiro na transação, o Atlético também foi ressarcido em todos os seus investimentos e depois, cada vez que o Adriano voltou para cá, porque não conseguiu se adaptar na Europa, foi para clubes grandes do Brasil, ganhando salários muito grandes. E esse serviço foi feito pelo Atlético. E é isso que o Atlético propôs para o Dagoberto, uma parceria para a valorização dele, dele Dagoberto e não para valorizar o bolso da Massa. Isso o Atlético não quis fazer.
– Vitório:
Se o Vadão está brecando o Dagoberto, que volte o Antônio Lopes que gosta do Dagoberto. E outra, o Dagoberto jogando, eu vou até para a Argentina para assistir o Dagoberto jogar. Eu tenho uma fonte segura que o Atlético não gosta de pagar bem jogador, por isso que os nossos melhores jogadores foram embora. Porque o Atlético não paga salário bom para jogador. O Aloísio foi embora, foram todos os jogadores bons, o Lima, porque o Atlético não paga mais do que trinta mil reais para jogador. Você acha que um time que não paga trinta mil para um jogador vai crescer? O que adianta Kyocera Arena, o que adianta CT, se nós estamos perdendo hoje para o Paraná Clube que está bem classificado e nós estamos quase na lanterna. Então é isso que eu quero falar para a diretoria, pague melhor jogador que daí nós teremos time. E o Dagoberto é o melhor jogador do Brasil e ponto final.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Eu acho que isso é uma opinião dele. O Atlético paga aquilo que está dentro das suas possibilidades. Paga muito bem seus atletas. Quanto a não segurar jogador, não é o Atlético, está aí o Internacional que acabou de perder quatro jogadores. Esse é o mercado, o jogador quer ir embora, quer ganhar mais. E comparar o Atlético com quem, com o Paraná? O Atlético é o time que nos últimos dez anos mais ganhou. Além de construir tudo que construiu, construiu um patrimônio imenso e ganhou um título Brasileiro da B, um título Brasileiro da A, foi vice-campeão da América, vice-campeão do Brasil e agora acabou de eliminar o nosso co-irmão em uma disputa internacional. Vve um momento de instabilidade, que isso é normal no futebol. E não é porque vai pagar 30, 40, evidente que o Atlético não faz loucuras, isso de fato a diretoria do Mario Celso Petraglia, do João Augusto Fleury paga o que dá para pagar. Porque eu sei que tem clube que está caindo, porque não está conseguindo pagar os salários dos seus jogadores.
– Josué:
Eu acho que o Atlético é eterno e o Dagoberto é um simples jogador que a carreira dele só vai até quinze anos de profissionalismo. E ele deveria pensar, porque um dia ele pode precisar do Atlético, até para um futuro trabalho. Porque a vida de jogador é rápida e quando passar vai precisar do Atlético. Eu gostaria que ele se conscientizasse sobre isso.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Isso é só para completar tudo que falamos. O Atlético Paranaense tem um carinho imenso pelo Dagoberto. Um menino que veio para cá com 17 anos e quis fazer com o Dagoberto, propôs ao Dagoberto, evidentemente através da Massa porque não tinha outro jeito, o que fez com o Kleberson, o que fez com o Adriano, o que fez com o Lucas. Que ele jogasse aqui, que ele cumprisse o contrato, que ele desse tudo aquilo que o Atlético deu. E em troca disso, o Atlético lhe daria uma estrutura e uma condição de ele buscar a independência financeira dele. Mas o Atlético quer participar disso, porque o Atlético investiu nesses jogadores e todos esses jogadores, esses dias, não sei se o Marcos sabe disso, o Kleberson estava participando da festa da Fifa antes do início da Copa do Mundo com todos os campeões do Mundo. E ele fez questão de ligar para Curitiba e falar com o Mario Celso Petraglia. Disse: "Presidente, eu estou aqui graças ao senhor".
– Osmar Antonio – repórter:
O jogador disse que não quer renovar o contrato. Diante disso, o Atlético hoje está disposto a vender o Dagoberto, a negociar o jogador antes que termine o prazo limite, para que o Atlético não perca 80% dos direitos federativos? Ou o Atlético está disposto a todo custo manter esse jogador atuando e vestindo a camisa do Atlético?
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Não, mantê-lo a todo custo atuando nós não podemos fazer isso. Porque se ele não quiser jogar, nós não podemos obrigá-lo a jogar. Assim como se ele não quiser ser vendido, nós também não podemos vendê-lo. Fica esse impasse. Mas isso se tiver clube disposto e nós ainda não fomos procurados por nenhum clube. No mês de agosto não houve nem sondagem de clube do exterior, nem especulação.
– Osmar Antonio – repórter:
A única proposta realmente que existiu de concreto até hoje foi a do Hamburgo?
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Isso, em janeiro.
– Paulo Sérgio – apresentador:
Provavelmente, eles devem estar esperando a decisão judicial para ver se o Atlético vai ter essa prorrogação de contrato ou não.
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Eu acho que eles estão esperando desde janeiro. Eles não contavam com essa prorrogação que nós obtivemos judicialmente, porque senão em julho eles já teriam depositado os 5 milhões, 460 mil e essa lenga-lenga de que adoro o clube, que gosto do clube, que a galera está com ele, que quer jogar, isso tudo teria ido embora e ele já estaria fora daqui. Se o Atlético não tivesse tomado a providência judicial que tomou, o Atlético hoje teria perdido dinheiro, porque o jogador já estaria longe daqui. E isso eu não tenho dúvida e acho que ninguém tem dúvida.
– Paulo Sérgio – apresentador:
Para encerrar o caso Dagoberto, o que vocês gostariam de acrescentar nessa situação?
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Eu acho que tudo já foi dito. O resto é repetição. O Atlético continua à disposição inclusive para renovar contrato, para vender, como eles quiserem.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Só isso, acho que o Marcos falou tudo o que tinha que falar. Eu só acho que o Atlético está lutando pelos seus direitos, que não são seus, pertencem à comunidade atleticana e vai continuar lutando dessa maneira. Ao mesmo tempo, está à disposição de todos os seus atletas para valorizá-los da maneira que queríamos fazer com o Dagoberto. Para que ele se torne um atleta conhecido, depois vá ganhar o seu dinheiro, que é um direito dele, mas sem prejudicar o Atlético. Eu não sei o que aconteceu, como ele está conseguindo pensar dessa maneira, que é um menino que nós conhecemos desde o começo.
– Paulo Sérgio – apresentador:
A mesma pergunta que eu fiz para ele ontem, vocês se sentem traídos pelo Dagoberto?
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Se você tem um jogador, no qual se investiu durante muito tempo, você faz o tratamento e arca com toda a cirurgia que ele fez e depois pede para prorrogar um contrato pelo tempo que ele ficou parado e ele não prorroga. E mais que isso, conduz o processo de uma forma tal que você estaria chegando próximo a julho sem renovação, sem prorrogação e nós perderíamos o jogador, eu acho que isso até pode ser tido como traição.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Uma traição, que queríamos deixar claro, que sabemos que não é só do Dagoberto, ele é um menino de 23 anos, que não é tão menino assim, mas que tem uma série de pessoas. A Massa, que deve estar dando esse tipo de orientação para ele. Uma orientação equivocada, porque o Atlético prova a cada dia o quanto ele valoriza os seus atletas. Todo mundo quer jogar no Atlético, o atleta fica valorizado, vai ganhar o seu dinheiro. Agora, o Atlético não admitirá jamais que seja passado para trás.
– Paulo Sérgio – apresentador:
Vamos aproveitar esse tempinho que temos aqui para falar da Arena.
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
Como todos sabem é mais um investimento feito por essa administração que representada, muito mais pelo Dr. Marcos, que é um diretor estatutário do clube, que comprou aquele imóvel, que pagou a vista por aquele imóvel. Que clube investe em patrimônio hoje? E nós estamos com o problema do colégio resolvido, eles saem no dia 31 de dezembro e se inicia o processo de obras, com o término de projetos que está sendo estudado pelos arquitetos. Estamos tendo que fazer algumas adaptações para que o estádio fique com pelo menos 40 mil pessoas. Se tudo correr bem, começa em janeiro. O Atlético ainda está tentando ver a maneira mais barata, sem sacrificar o seu dia-a-dia, sem sacrificar o futebol para que o clube possa fazer esse investimento com mais tranqüilidade.
– Paulo Sérgio – apresentador:
Se o Atlético passar a final da Sul-Americana, será que vai ter que passar o mesmo perrengue que passou na final da Libertadores? Tendo que montar na última hora uma arquibancada modulável e não tendo o prazo a favor do Atlético e tendo que jogar no Beira-Rio? Como vocês estão vendo essa situação?
– Mauro Holzmann – diretor de Marketing do Clube Atlético Paranaense:
O Atlético está conversando com a Sul-Americana desde o final da Libertadores do ano passado. Quer mostrar que qualidade de estádio, segurança e conforto não tem nada a ver com o tamanho. Você tem estádios com capacidade para 60, 70 mil pessoas, até mesmo o Pinheirão. Dizer que pode mandar jogo da Sul-Americana no Pinheirão e não pode na Arena é um absurdo.
Vou pedir à torcida atleticana que continue como ela sempre fez, apoiando o clube. Acho que nessa hora nós estamos passando por um momento um pouco mais delicado no Campeonato Brasileiro e precisamos desse apoio que ela sempre deu. Às vezes há alguns exageros de alguns torcedores mais exaltados, às vezes começando a vaiar antes do jogador entrar em campo. Mas a torcida do Atlético é sensacional. Quero que ela tenha a certeza de que a diretoria atleticana, comandada pelo Fleury e pelo Dr. Mario, está alerta contra aqueles que querem prejudicar o clube. E isso essa diretoria jamais vai deixar acontecer.
– Marcos Malucelli – diretor jurídico do Clube Atlético Paranaense
Eu agradeço a oportunidade de poder esclarecer, embora já tenhamos esclarecido isso em uma coletiva lá no próprio clube. Mas é sempre melhor você chegar aos ouvintes diretamente e quero dizer ao torcedor atleticano que nós, do departamento jurídico, que não sou só eu, nós temos uma equipe grande, não deixaremos o Atlético ser passado para trás. Nós brigaremos até a última instância, sempre em favor do clube.