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Arena da Baixada: custo “zero” para o estado do Paraná
Não é incomum a polêmica pairar em qualquer roda de amigos que conversem sobre o assunto “Copa do Mundo em Curitiba”. Mais ainda por causa do equilíbrio entre o número de torcedores de Coritiba e do Atlético Paranaense em toda a capital. O dinheiro empregado pelos Governos irá voltar? A população irá pagar a conta? Esta coluna irá buscar desvendar um pouco do mistério que povoa a mente dos curitibanos.
Em agosto do ano passado, tive a oportunidade de conversar com Mário Celso Petraglia, por longas horas, e o assunto principal era a Copa do Mundo, já que este é o assunto conduzido pelo atual presidente do Atlético, desde 1997, quando o Brasil ainda pleiteava sediar a Copa de 2006, que acabou sendo realizada na Alemanha. Petraglia explicou calmamente toda a engenharia financeira que de lá para cá subiu apenas R$ 4 milhões em suas contas.
A Arena da Baixada, finalizada em 1999 e retransformada para 2014, custará R$ 184 milhões para três cofres: Atlético Paranaense, Governo Municipal e Governo Estadual. O Atlético já havia investido R$ 15 milhões e tomará emprestado R$ 45 milhões a serem pagos em um prazo de 15 anos, com três anos de carência. O CT do Caju, considerado um dos mais modernos do mundo, foi colocado como garantia por parte do Furacão.
Os governos negociam um empréstimo junto ao BNDES de R$ 123 milhões. O dinheiro virá do potencial construtivo vendido para construtoras e empreiteiras e a garantia governamental são títulos da Fazenda Pública do Estado do Paraná. Nestes valores já estão descontados os impostos e benefícios fiscais, criados pela Lei Federal 12.350/2010. Sendo assim o dinheiro vem do Governo Federal e irá voltar para os cofres estaduais e municipais dentro de um período de tempo definido e assinado por contrato. Por que então a polêmica?
O Atlético Paranaense está na vanguarda da Copa do Mundo há mais de 10 anos, quando inaugurou o estádio mais moderno do Brasil. As contas são claras. São R$ 184 milhões investidos em um estádio semi-pronto para um dos eventos mais importantes da história de nosso país. Para levantar um estádio do zero, os valores passam facilmente de R$ 400 milhões, sem contar o disparo no orçamento que vamos ver até as vésperas da Copa do Mundo. O custo será “zero”. Entre aspas, pois o que ganharemos em infra-estrutura e melhorias para a visitação futura da capital paranaense pelos turistas estrangeiros será um ganho imenso.
Precisamos deixar de olhar para o próprio umbigo em um assunto tão importante. Quem não gostaria de um estádio novo? Obviamente, todos os clubes. Mas o presente e o futuro também se constroem com base no passado. De um lado, lamentações. De outro, realizações. No futuro iremos ver os resultados. Até lá, que a população de Curitiba receba com muita felicidade as oito seleções que irão passar pela cidade em junho de 2014. A Copa do Mundo promete ser marcante na vida de todos que participarão dela e ainda mais marcante para o Clube Atlético Paranaense, que escreverá seu nome na história do futebol através do estádio Joaquim Américo Guimarães, o mais moderno do Brasil!
Juliano Lorenz Oscar, 27 anos, é jornalista e pós-graduado em Comunicação Esportiva pela PUCPR. Atua como analista de redes sociais, assessor de imprensa e também como blogueiro do Atlético Paranaense no portal Globoesporte.com.
GV Superior, B173, entrada 307
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