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Atleticano de coração, Léo Pereira relembra início no Clube e celebra bom momento no Rubro-Negro

Leonardo Pereira nasceu em Curitiba, em janeiro de 1996. No bairro do Novo Mundo, cresceu como todo menino brasileiro, jogando bola e com o desejo de fazer daquilo uma profissão. Mas o sonho de Léo Pereira ia ainda mais longe. O menino curitibano queria jogar na Arena e ter o nome gritado pelos torcedores rubro-negros.
Sim, o jogador é atleticano de coração desde pequeno. E viu que aquele sonho de infância podia se tornar realidade. Ainda criança, começou a participar de um projeto em um campo de areia próximo de onde morava. Aos dez anos de idade, entrou nas escolas do Trieste e, quatro anos depois, era jogador das Categorias de Formação do Atlético Paranaense.
Léo Pereira chegou ao CAT Alfredo Gottardi em dezembro de 2010. Passou pelos times Sub-15 e Sub-17 e, com apenas 16 anos de idade, já integrava a equipe Sub-19 do Furacão. Foi neste período também que o zagueiro começou a ser chamado para a Seleção Brasileira. O jogador acumulou diversas convocações para os times Sub-17, Sub-18, Sub-20 e Sub-21 do Brasil, disputando dois torneios sul-americanos e dois torneios mundiais.
“Quando eu entrei aqui, comecei a dimensionar tudo o que o Clube representava, até mesmo por ser meu time do coração”, relembrou. “Sempre tive o sonho de jogar na Arena. Antes mesmo de começar a jogar bola, eu já ia aos jogos. Era bem novo, mas estava na arquibancada. Sonhava em jogar ali e escutar a torcida gritando meu nome”, revelou Léo Pereira.
E a ascensão rápida do zagueiro dentro do Atlético Paranaense teve mais um capítulo em 2013, quando subiu para o time profissional. No ano seguinte, com apenas 18, fez a estreia no Campeonato Brasileiro, diante do Cruzeiro.
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Estreia do Léo Pereira no Brasileirão. Créditos: Gustavo Oliveira/Site Oficial – Arquivo
Nos primeiros anos como profissional, jogou 32 partidas com a camisa rubro-negra, além de ter atuado por empréstimo no Guaratinguetá (SP) e no Náutico (PE). Em março de 2017, através de uma parceria do Furacão, teve a oportunidade de jogar nos Estados Unidos, defendendo o Orlando City.
O zagueiro chegou no time B, destacou-se e em pouco tempo já estava na equipe principal norte-americana. Depois da experiência fora do país e diversos títulos nas Categorias de Formação, tinha chegado a hora do zagueiro levantar uma taça como profissional atleticano. Léo já estava no título Paranaense de 2016, mas foi neste ano que o jogador pôde sentir o gosto de ser campeão em campo.
O zagueiro foi peça fundamental no Estadual, que terminou com o Furacão campeão mais uma vez. “Sabia que era uma oportunidade que eu precisava agarrar. Foi um desafio e acredito que pude aproveitar bem. Com a confiança do título, você acaba não se abatendo com um possível erro e isso tem feito com que eu evolua a cada dia”, exaltou.
O resto da história todos os atleticanos sabem bem. Léo Pereira voltou ao time principal e aos poucos ganhou espaço na equipe de Tiago Nunes. Foi destaque nos duelos contra o Peñarol, pela Conmebol Sul-Americana, marcando um dos gols no Uruguai. Fez grandes atuações também no Brasileirão e se consolidou como peça importante no sistema defensivo rubro-negro.
“Falar do Atlético mexe muito com os meus sentimentos. Na minha família, tem muita gente que torce para o Atlético, assim como eu. Então, toda vez que entro em campo, coloco na minha cabeça que não posso errar. Além de representar milhões de torcedores, represento a minha família. Devo muito ao Clube e quero sempre retribuir com vitórias e títulos”, destacou.
Confira, abaixo, a entrevista completa com Léo Pereira e conheça um pouco mais sobre o zagueiro genuinamente atleticano:
Site Oficial: Você nasceu em Curitiba e viveu toda a infância aqui na cidade. Como surgiu a oportunidade de vir para o Atlético Paranaense?
Léo Pereira: Eu jogava bola o tempo inteiro. Tinha um projeto de uma instituição perto de casa, em um campinho de areia, e jogava todo dia. Desde os 6 anos, já lembro que só queria jogar bola. Entrei no Trieste com 10 anos e fiquei quatro anos lá, antes de vir para cá. Eu até fiz um primeiro teste aqui e não passei. Voltei para o Trieste e um ano depois vim para ficar.
Site: Até por você já ser atleticano, como foi a reação quando chegou ao CAT Alfredo Gottardi para integrar as Categorias de Formação?
Léo Pereira: Quando eu entrei aqui comecei a dimensionar tudo o que o Clube representava, até mesmo por ser meu time do coração. Aqui já tinham cobranças, mais responsabilidades e uma rotina para cumprir. E era isso mesmo que eu queria.
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Léo Pereira no Sub-15 do Furacão. Créditos: Gustavo Oliveira/Site Oficial – Arquivo
Site: Era a realização de um sonho de infância representar o Atlético Paranaense?
Léo Pereira: Sempre tive o sonho de jogar na Arena. Antes mesmo de começar a jogar bola e entrar aqui, eu já ia aos jogos. Era bem novo, mas estava na arquibancada. Sonhava em jogar ali e escutar a torcida gritando meu nome.
Site: Com 16 anos, você já estava no Sub-19 e sendo convocado para a Seleção Brasileira Sub-17. Aos 17 anos, já estava no profissional e no ano seguinte fez a estreia em um Brasileirão. Como um menino tão novo encarou essa ascensão rápida?
Léo Pereira: Eu fiquei bastante surpreso. Foi realmente tudo rápido, mas claro que não aconteceu nada à toa. Tentei aproveitar da melhor forma possível as oportunidades. Talvez naquela época eu ainda fosse novo para entender a dimensão de tudo. Mas foi importante para a minha carreira. Pude amadurecer como pessoa e como jogador. Quando estreei contra o Cruzeiro, no Brasileirão, sabia que precisava dar conta do recado. Tinha que ficar muito concentrado e foi uma alegria grande para mim.
Site: Por você ser da cidade e torcedor do Atlético, foi diferente viver tudo isso aqui dentro?
Léo Pereira: Para mim, tudo era um sonho. Não tinha nem palavras para agradecer a todas as oportunidades que me foram dadas aqui. Eu me senti privilegiado por fazer o que eu amo, no Clube que eu amo e na cidade onde eu nasci, com a minha família por perto.
Site: Quais são as vantagens e desvantagens de jogar no time da cidade natal?
Léo Pereira: É bacana porque conheço muita gente aqui e meus amigos sempre estiveram por perto, conversando sobre futebol. Minha namorada também é daqui e ter a família perto é fundamental. Naquele jogo que você não vai tão bem ou que o time perde, a família dá um conforto e você se sente acolhido sempre. Por outro lado, tem a "cornetagem" dos atleticanos e ainda os amigos e parentes coxas e paranistas, que sempre querem pegar no pé.
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Créditos: Gustavo Oliveira/Site Oficial – Arquivo
Site: O Atlético tem frequentemente jogadores convocados para as Seleções Brasileiras de Base e você foi em quase todas as categorias. No que isso te ajudou na formação?
Léo Pereira: O Clube tem essa qualidade na formação. E na Seleção, eu pude evoluir muito na parte de competitividade. As convocações eram em períodos curtos, mas que exigiam um grau de competitividade muito grande. Durante os dias de convocação, era preciso estar com o foco máximo. Isso agregou bastante, para que pudesse competir sempre forte também no Clube.
Site: E como foram os empréstimos para o Guaratinguetá e o Náutico?
Léo Pereira: No Guaratinguetá, senti naquele momento que era importante para eu atuar. Pude fazer vários jogos e ganhamos a maioria deles. Tiramos o time da zona de rebaixamento e foi uma experiência boa. Quando fui para o Náutico, vi que seria difícil para jogar aqui. Mas infelizmente acabei jogando pouco também. Foi um período complicado.
Site: Através da parceria do Clube com o Orlando City, você teve a oportunidade de atuar nos Estados Unidos. Como foi essa experiência e como era a tua rotina lá?
Léo Pereira: Sabia que estaria em um país bom, com qualidade de vida boa. Aceitei o convite e fui muito entusiasmado. Era uma equipe forte e com jogadores muito dedicados. Eu morei com o Fernando Timbó, que hoje está no Paysandu, em um lugar afastado dos parques e mais perto do Centro de Treinamentos. Treinávamos pela manhã e à tarde ficávamos descansando e aproveitando a estrutura do condomínio. Algumas vezes íamos ao centro para almoçar ou jantar em restaurantes brasileiros. Mas era uma rotina bem tranquila.
Site: A ajuda do Kaká, pela experiência dele e pelo tempo em que estava no Orlando City, foi importante para a sua adaptação?
Léo Pereira: Com certeza. Foi um período incrível. Era um ídolo meu e do Brasil. Ele passava uma experiência incrível para a gente. É um cara humilde, brincalhão e de bom coração. Tratava todos de forma igual e ajudava sempre que possível. Ele se tornou um amigo e ainda tenho contato com ele.
Site: No teu retorno, você ficou no grupo para a disputa do Paranaense. Sentia que estava ainda mais preparado e que era a chance para se firmar no Clube?
Léo Pereira: Eu esperava ter essa chance. Sabia que era uma oportunidade que eu precisava agarrar. Foi um desafio e acredito que pude aproveitar bem. Fomos campeões e o amadurecimento foi importante. Com a confiança do título, você acaba não se abatendo com um possível erro e isso tem feito com que eu evolua a cada dia. Tento sempre aproveitar os momentos dentro do jogo e desfrutar das partidas.
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Créditos: Gustavo Oliveira/Site Oficial
Site: A concorrência na zaga é pesada, com Paulo André, Thiago Heleno, José Ivaldo e Wanderson. Essa disputa acaba elevando o nível de todos?
Léo Pereira: Com certeza. Temos essa disputa saudável e uma troca de experiências grande. Todos se ajudam, sempre respeitando o momento do outro. Cada um procura o seu espaço e todo mundo evolui junto. Ninguém fica de cara fechada e falando do outro. O Thiago Heleno e o Paulo André possuem uma história no futebol e têm sido fundamentais para nós.
Site: Depois de tudo isso que você já viveu, ainda aos 22 anos de idade, dá para considerar que é o melhor momento da sua carreira até aqui?
Léo Pereira: Sem dúvidas. Ainda não fiz o número de jogos que fiz em 2014, mas com certeza é o melhor momento. Pude fazer meu primeiro gol jogando em uma competição importante como a Sul-Americana. Fiz meu primeiro gol também no Brasileirão. Então, é um momento especial e não quero parar nisso. Quero evoluir e ajudar o Atlético a conquistar títulos.
Site: Além de ser o time do coração, já são quase oito anos dedicados ao Atlético. O que representa o Clube para você?
Léo Pereira: Falar do Atlético mexe muito com os meus sentimentos. Na minha família, tem muita gente que torce para o Atlético, assim como eu. Então, toda vez que entro em campo, coloco na minha cabeça que não posso errar. Além de representar milhões de torcedores, represento a minha família. Devo muito ao Clube e quero sempre retribuir com vitórias e títulos.
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Créditos: Gustavo Oliveira/Site Oficial – Arquivo
Site: E quais são os novos sonhos do zagueiro Léo Pereira?
Léo Pereira: Quero conquistar um título de expressão aqui, para deixar meu nome na história do Clube. Claro que o Paranaense foi importante, mas temos reais condições de vencer a Sul-Americana neste ano. Para nós, que fomos formados aqui, é muito bom ver o time sempre bem. Então, é nisso que eu foco.
Site: Depois duas vitórias em casa pelo Brasileirão, o Atlético volta a jogar como visitante. Qual postura a equipe deve ter no duelo contra o Santos?
Léo Pereira: Foi importante ter esse descanso vindo de uma rotina louca de jogos. É uma semana para ajustarmos detalhes na equipe e fazer um jogo bom fora de casa. Enfrentamos eles aqui e sabemos que é um time leve e de contra-ataque. É um confronto direto e precisamos pontuar. Temos que ter tranquilidade para vencê-los, sabendo do nosso potencial.
A reprodução das fotos é proibida, salvo prévia autorização por escrito do CAP.