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O sonho de Khauane entra em campo

Créditos: Marcel Bely/athletico.com.br

O nome dela é Kahuane Fernandes Horst e ela tem um sonho. Quer ser jogadora profissional. Vestir a camisa do Athletico Paranaense. E quem ousaria dizer que seu sonho é impossível?

Aos 14 anos, ela treina na Escola de Futebol Furacão de Prudentópolis. Todos os dias, corre atrás da bola, o único brinquedo pelo qual desde de pequena se interessou. Joga ao lado de meninas e meninos de sua idade e mais velhos.

Na última semana, ela chegou um pouco mais perto de seu grande desejo e visitou a casa do Athletico Paranaense, o Estádio Joaquim Américo.

A mãe de Khauane, Maria de Lourdes, conta que fazer parte da Escola de Futebol Furacão já é uma grande vitória para ela.

“A Khauanne nasceu com vários problemas. Aos 9 meses, ainda não segurava a cabecinha. Foi para a APAE, fez fisioterapia e melhorou. Os médicos falavam que ela só iria andar aos 4 anos. Mas andou aos 2, por persistência dela. Não brincava com nenhum brinquedo. Mas quando viu uma bola, nunca mais largou. Chutava o dia inteiro. Quebrava as coisas, flores, lâmpadas, tudo. Sempre dizia que queria entrar em uma escolinha de jogar bola. Eu adiava o pedido, porque sabia que só tinha meninos e não iriam aceitar ela. De tanta insistência, levei. No começo foi difícil. Eles não passavam a bola para ela. Mas começaram a notar que ela jogava bem e aceitaram. E adoravam jogar com ela”.

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No trajeto que passou pela Sala de Imprensa e pela exposição dos troféus mais importantes do Furacão, Khauane teve a companhia da irmã Andrieli.

“Como descrever minha irmã? Ela é forte, determinada, persistente… Lutou pela vida bravamente por 18 dias em uma UTI. Já passou por cirurgia nos olhos para corrigir o estrabismo e tem uma perda de audição. Demorou para andar, para ter o equilíbrio. Mas nenhuma dessas dificuldades a impediu de jogar futebol. Corre atrás da bola o dia todo. Ensinou até o seu cachorro a jogar bola. E nos churrascos de família, leva todos para jogar bola. Minha mãe é a sua fã número 1. Fica em todos os treinos assistindo a ela. E meu pai, Vitório, a incentiva. Sempre joga com ela. Toda a família está nesse sonho com ela. E eu, sua irmã mais velha, acredito que ela vai ser, sim, uma jogadora profissional”.

A melhor parte do passeio ficou para o fim. Khauane entrou no gramado do Caldeirão. Jogou bola com o capitão Nem, embaixador das Escolas de Futebol Furacão. E viveu um momento inesquecível ao lado da irmã.

E ela fez questão de contar a todos sobre seu sonho, sua foi sua carreira de atleta do futebol e os treinos da Escola de Futebol Furacão, comandada pelo ex-jogador Guni.

“Meu sonho é ser jogadora de futebol profissional. Geralmente, jogadores de futebol têm esse sonho desde criança. Mas eu fui diferente. Era um sábado e meu pai estava assistindo a um jogo. E eu, vendo, acabei gostando. Foi aí que comecei, vendo os meninos jogar bola na escola. Fui jogar junto quando eu tinha 9 anos. Foi tudo bem até a sexta série, porque eu mudei de escola e lá os piás eram muito grandes para mim. Então, minha mãe resolveu me colocar em uma escolinha de futebol. Só que eu era muito pequena e eles me colocaram no Sub-5, quando eu tinha 12 anos. No começo eu não neguei. Mas daí ficou chato. Eu ficava triste, mas minha mãe não entendia. Até que um dia o meu professor decidiu me mudar para o Sub-10. Mas não era o que eu queria. Em 2019, fui jogar no time de Prudentópolis, com meninos de 14 a 17 anos, no futsal. Joguei a liga bem, mas eu não estava satisfeita. Nunca tinha jogado um campeonato de verdade, de futebol de campo, e queria evoluir. No final de 2019, soube que na cidade há uma Escola do Furacão. Eu insisti muito, mas minha mãe não deixava. Até que a pandemia veio e tudo parou. Eu estava desesperada em casa. Como vou ser jogadora de futebol sem treinar? Até que comecei a atentar a minha mãe dia e noite, 24 horas por dia, para treinar na Escola do Furacão. Então ela deixou e fui treinar. No primeiro dia eu adorei. Dei um passe que o treinador me aplaudiu. No segundo dia, fiz meu primeiro gol, de cabeça. E fui indo… Lá eu me sinto muito bem”.

A Escola de Futebol Furacão é um projeto da Fundação Athletico Paranaense. Através dela, o clube trabalha para dar um futuro melhor a milhares de crianças e adolescentes.

O Athletico acredita em seu sonho, Khauane!

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