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Sonhos grandes! João Cruz fala sobre decisão no Sub-17 e objetivos na carreira

Foto: José Tramontin/athletico.com.br

No time Sub-17 do Athletico, que disputará a final da Copa do Brasil da categoria, o meia-atacante João Cruz é uma peça chave. Jogando pelo meio de campo ou aberto pelo lado direito do ataque, ele vem sendo decisivo, com grandes jogadas, assistências e gols.

O jogo decisivo contra o Palmeiras está marcado para este domingo (18), às 19h30, na Arena Barueri, na Grande São Paulo. E será mais um momento marcante na ainda curta, mas ambiciosa carreira de João Victor Machado Cruz.

Da Escolinha ao Furacão

A relação de João Cruz com o futebol começou cedo. Natural de São Paulo e criado em São Bernardo, aos 4 anos ele entrou para a primeira escolinha e, pouco tempo depois, passou a jogar na equipe de futsal da Basf/Suvinil.

“De cinco para seis anos fui federado já e comecei a jogar o campeonato Sub-06, no futsal. Meu primeiro gol foi contra o Palmeiras. Com sete anos, recebi um convite da Portuguesa e, logo depois, fui chamado para fazer um teste no Santos e passei”, diz João.

Aos 10 anos, ele passou a jogar no campo, nas categorias iniciais do Santos. E com 12 anos, apareceu a oportunidade de se tornar um jogador do Furacão.

“Fiquei no Santos até 2018, que foi quando tudo aconteceu. Joguei a Iber Cup, chegamos na final contra o Athletico e ganhamos por 3 a 1. Eu me destaquei muito e um representante do Athletico convidou eu e meu pai para conhecer o CAT Caju. Quando chegamos, nos encantamos com o clube. A estrutura, a importância que dá para os jogadores da Formação… Para nós, era o paraíso. A partir daí meu pai passou a ter conversas com o clube e em dezembro de 2018 eu vim para o Athletico”, conta.

Campeão já na chegada

Dezembro de 2018 é um momento marcante não apenas para João Cruz, mas para toda a torcida rubro-negra. Afinal, a chegada do jovem meia à iniciação esportiva do Athletico coincide com a conquista do primeiro título internacional da história rubro-negra.

“O primeiro jogo que assisti na Arena foi a final da Sul-Americana. Virei athleticano na hora. Vi como a torcida do Athletico é apaixonada, joga junto com o time. O eco, o som da torcida, a motivação que ela nos dá é de outro nível. E logo de cara vi uma final, com o estádio lotado, um jogo emocionante como aquele. Vi que tinha vindo para o lugar certo”, recorda.

Além de ver o time levantar o troféu, João e sua família sentiram que o Athletico oferecia a estrutura e as melhores condições para o desenvolvimento da carreira.

“Desde o começo deu para ver que a importância e a valorização que o clube dá aos jogadores da base é fora do comum. Eu era muito novo, 12 anos, ainda ficava em dúvida. Mas meu pai me falou que seria o melhor para mim, que com certeza eu conseguiria conquistar muitas coisas”, diz.


João Cruz, à direita, comemora o título do Paranaense Sub-17 em 2022. Foto: Gustavo Oliveira/athletico.com.br

Título com a Seleção

Após o período em que o futebol ficou parado devido à pandemia, João realizou o primeiro de seus grandes sonhos: chegar à Seleção Brasileira. A primeira convocação, na categoria Sub-15, aconteceu em meados de 2021.

“Um scout da Seleção veio assistir a um treino nosso. Eu vi a oportunidade e treinei muito bem. Quando terminou, falei para minha mãe que achava que seria convocado, porque ele ficava olhando para mim toda hora. Ela ficou muito feliz, mas era só um achismo. Até que um dia, depois do treino, recebi uma ligação, dizendo para olhar o site da CBF. Entrei e vi lá meu nome. Eu travei. Parecia que estava em outro mundo. Fui para um período de treinos na Granja Comary e foi diferente de tudo que já tinha vivido”, conta.

Pela Seleção Sub-15, foram três convocações. E em 2022, com a mudança de categoria, mais duas para a Seleção Sub-17. A mais marcante delas, para o Torneio de Montaigu, na França. Junto ao meia Dudu Kogitzki, seu amigo e colega de time, João Cruz ajudou o Brasil a conquistar o título.

Já em 2023, a primeira convocação aconteceu na véspera do segundo jogo da semifinal da Copa do Brasil, contra o Sport.

“Eu queria muito voltar para a Seleção. Teve o Sul-Americano, que eu não fui. O Bellão me dizia para limpar o coração e trabalhar. Ele via que eu ficava desapontado. Trabalhei muito, tive uma sequência muito boa na Copa do Brasil, em todos os jogos. O xeque-mate foi lá em Recife, onde o treinador da Seleção estava no jogo. No dia anterior ao jogo de volta da semifinal, veio a convocação. Foi uma sensação maior do que ter sido convocado a primeira vez. Quando cheguei em casa e contei, meu pai me abraçou e demos pulos de alegria. Foi em um momento em que estávamos passando por uma dificuldade familiar. Minha irmã estava na UTI, porque teve um sangramento no cérebro, e a previsão de alta era na quinta-feira do jogo na Arena. Eu falei para minha mãe que estava sentindo que teríamos uma semana de muita benção. Só que estava pensando na alta da minha irmã e no jogo. E veio mais uma benção ainda, que foi a convocação. Na quinta de manhã minha irmã teve alta, não teve que fazer nenhuma cirurgia. E de noite teve aquele jogo incrível. Dei uma assistência e veio a classificação para a final. Foi tudo maravilhoso”, revela.


Foto: Cahuê Miranda/athletico.com.br

Um ano que ainda promete

Em 2023, João Cruz está vivendo seu grande momento no Sub-17. Está em seu “ano bom” na categoria, ou seja, com a idade máxima permitida. E novamente com o treinador com quem havia vivido bons momentos em 2021. Rodrigo Bellão também “subiu” nesta temporada, reencontrando grande parte da geração com quem trabalhou no Sub-15.

“Ele diz que tem um sentimento de que deve um título para nós e que nós devemos um título para ele. Em 2021, no Sub-15, quando começamos a viver um momento bom, acabou o ano. Agora, estamos tendo a oportunidade de continuar de onde paramos. Está sendo um ano maravilhoso. Comecei muito bem, na Copa do Brasil e no Paranaense. Chegamos na semifinal da Copa do Brasil após um resultado fantástico sobre o Atlético Mineiro, 5 a 0. Garantimos a vaga na final em um jogo maravilhoso contra o Sport. E acredito que seremos campeões, o que será histórico para o clube”, diz.

No segundo jogo da semifinal, João e a piazada viveram uma noite que ficará marcada em suas carreiras: goleada de 4 a 1, diante de mais de 15 mil pessoas no Caldeirão.

“Jogar na Arena é uma sensação inexplicável. Não tem como não ter raça e jogar mal em um estádio desse, um gramado desse, com uma torcida dessa te apoiando, incentivando o tempo todo. O locutor falando o nosso nome… Arrepia. Isso faz a gente ter mais vontade ainda de estar no profissional. Imagine jogar assim em todos os jogos! É algo para valorizar muito. Nos dá a sensação de que ninguém pode ganhar nada da gente. Esse foi o espírito com que a gente entrou. E quem assistiu viu isso em campo”, afirma.

Grandes sonhos a realizar

A conquista da Copa do Brasil é o grande objetivo de toda a equipe Sub-17 neste momento. E apesar de reconhecer a grande força do adversário, João Cruz diz que o grupo está muito confiante de que pode superar o Palmeiras e levantar o troféu.

“Estamos indo com o foco total e uma mentalidade muito forte. Nestes jogos decisivos, isto é algo fundamental. Os treinos estão em um clima muito bom. Está tudo propício. O que temos que fazer é jogar bola, como estamos fazendo no campeonato inteiro. Temos um time muito entrosado, que joga junto desde os 14 anos. Estamos muito fortes”, avalia.

Mas os objetivos para a temporada vão ainda além. E João não tem receio em traçar grandes metas.

“Sonhar pequeno e sonhar grande dá o mesmo trabalho. Meu maior sonho é estrear no profissional do Athletico, fazer ao menos um jogo este ano. Sei que é muito difícil, mas acredito que trabalhando e dando o máximo é possível. E também quero ser campeão da Copa do Brasil, do Paranaense e do Campeonato Brasileiro com o Sub-17. Fechar o ano com essa tríplice coroa seria maravilhoso. E se vier uma convocação para a Copa do Mundo Sub-17, seria o ano perfeito”, diz.

E quando se fala em um futuro mais distante, as ambições também crescem.

“Para daqui dois, três anos, quero muito estar jogando no Athletico e desfrutando da vida com que sempre sonhei. Um sonho muito grande é ganhar a Libertadores. Sei que é um projeto do clube ser campeão do mundo. Imagine chegar lá, fazendo parte da campanha… Já tive um gostinho, que foi ser inscrito na Libertadores este ano. E daqui a quatro anos, tenho um sonho que é muito difícil também. Mas acho que o mundo está muito precoce e pode acontecer, que é ser convocado para a Copa do Mundo de 2026”, diz.

Os sonhos de João são, certamente, os de todos os athleticanos!


Foto: Cahuê Miranda/athletico.com.br

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