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Diário de bordo: A história escrita diante de nós

Créditos: Cahuê Miranda/athletico.com.br

Domingo, 21 de novembro de 2021

Poucos viram o ônibus cruzar a fronteira no retorno ao Brasil. Quando o dia amanhece, já estamos no Rio Grande do Sul. Foi sonho ou realidade o que vivemos no dia anterior?

As ruas de Montevidéu coloridas de preto e vermelho. A torcida athleticana nas arquibancadas do Centenário. O Furacão bicampeão continental… Um simples olhar dos companheiros de viagem já dava a resposta. Foi a história escrita diante de nós.

Ainda restam mais de 800 quilômetros até o retorno. Por algum tempo, parecia que a viagem seria rápida. Seria possível chegar a tempo de acompanhar o fim da festa na Baixada?

Uma ilusão que logo fica para trás. Foi pelas redes sociais que os 40 integrantes da excursão organizada pelo grupo CAP Independentes viram os jogadores do Furacão levar o troféu para casa.

A vontade de todos, é claro, era estar presente em mais aquele momento histórico. Mas não havia espaço para frustração em nossos corações rubro-negros. Ver aquelas imagens da praça lotada e dos heróis athleticanos junto ao povão era mais uma fonte de alegria.

O caminho de volta parecia sem fim, assim como o interminável torneio de truco que mantinha os ânimos exaltados. A vontade de seguir o mais rápido possível cedia à tentação de parar para mais uma refeição, um banho revigorante, uma recarga no frigobar…

Um último obstáculo ainda nos aguardava. Um imenso congestionamento entre Itapema e Garuva nos proporcionou mais algumas horas de convivência com os novos e velhos amigos da aventura.

Esforço demais para assistir a um jogo de futebol? A advogada e Sócia Furacão Heloiza Helena de Araujo resume qual foi o sentimento de todos:

“Se alguém me falasse antes da viagem que seriam mais de 60 horas de ônibus, três revistas, ônibus escoltado, três horas de fila para retirar o ingresso, mesmo se eu soubesse que o Athletico não iria ganhar, eu iria. São poucas pessoas que podem ter esse privilégio. A gente sabe que nossa torcida é infinitas vezes maior que os guerreiros que estiveram em Montevidéu. Seguir o Athletico para onde ele for não tem preço. E não tem nada que defina o que é estar dentro de um estádio, em uma competição continental, vendo seu time ser campeão e levantar a taça. Se eu pudesse faria tudo de novo, da mesma forma”.

Já é de madrugada quando chegamos a Curitiba. Na praça do Athletico, apenas os vestígios da comemoração e alguns grupos dispersos que ainda esticavam a festa.

Quando pisamos novamente no chão do Água Verde, já não éramos os mesmos de quando partimos. Cada um tinha uma linda história na cabeça. Um troféu no coração. E um brilho de campeão no olhar.

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