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Para sempre 4 a 3! Athletiba lendário completa 50 anos

Um dos clássicos mais incríveis da história rubro-negra completa 50 anos neste domingo (14). Quem esteve no Estádio Belfort Duarte no dia 14 de março de 1971 assistiu a um verdadeiro espetáculo de futebol, com sete bolas na rede e uma vitória épica do Furacão.

Cinco décadas depois, o famoso Athletiba dos 4 a 3 continua rendendo debates e muitas histórias. E é citado como o grande jogo da vida da maioria dos jogadores ou torcedores que estavam no campo do rival naquela tarde.

A virada espetacular levou a torcida ao delírio e consagrou um craque e um símbolo do Athletico: o ponta esquerda Nilson Borges.

A torcida athleticana ainda comemorava o título estadual conquistado no ano anterior e compareceu em grande número. Mais de 33 mil pessoas foram ao estádio, proporcionando a maior renda registrada em estádios paranaenses até então.

Quando a bola começou a rolar, parecia que nada daria certo para o time rubro-negro. Aos 21’, o Coritiba abriu o placar com um gol de Lucas. Aos 24’, pênalti para o Furacão. Nilson bateu e acertou o travessão.

E como “castigo”, aos 29’, Passarinho fez 2 a 0 para o rival. O placar era injusto. O Furacão era melhor em campo. Nilson marcou, mas o juiz apontou falta do ponta athleticano em Hermes e anulou o gol.

Mesmo assim, o Rubro-Negro não desistiu e, aos 37’, Nilson lançou para Sicupira, que passou por dois zagueiros e fez o primeiro. E aos 44’, Nilson bateu, Sérgio Lopes deixou a bola passar entre as pernas e ela foi parar no fundo da rede.

Era o empate rubro-negro, ainda no primeiro tempo!

Empurrado pela torcida, o Rubro-Negro voltou com tudo para a segunda etapa e conseguiu a virada logo aos dois minutos. Nilson enganou a marcação e tocou de calcanhar para Valtinho, que soltou uma bomba: 3 a 2!

O Furacão mandava na partida e, aos 34’, veio o gol que decretou a vitória. O lateral Amauri cruzou com força e encontrou Nilson na área. O jogo aéreo não era o forte do ponta-esquerda, mas ele meteu a cabeça na bola e fez o quarto gol.

O adversário ainda fez mais um, com Paulo Vecchio, aos 38’. E até o minuto final, pressionou por um novo empate. Mas o placar não mudaria: Athletico 4, Coritiba 3.

A festa da torcida athleticana foi um espetáculo à parte, conforme narrou na época o jornal “Diário do Paraná”:

“A torcida atleticana participou diretamente no clássico, deu força ao time e não parou de cantar e torcer um minuto, mesmo quando o campeão perdia por 2 a 0. A torcida empurrou a equipe e comemorou a vitória como só ela sabe comemorar”.

E o jogador mais festejado não poderia ser outro. Foi uma das atuações mais incríveis de Nilson Borges, o grande nome da partida. Pênalti perdido, gol anulado, duas assistências (uma delas de calcanhar) e duas bolas nas redes adversárias!

Na história: Athletico Paranaense 4×3 Coritiba
Campeonato Paranaense 1971: 1º turno – 7ª rodada
Data: 14/03/1971
Local: Estádio Belfort Duarte, em Curitiba (PR)
Público total: 33.000

Árbitro: Eraldo Palmerini
Assistentes: Plínio Duenas e José Luís de Carvalho

Athletico Paranaense: Rubens; Amauri, Ari, Antoninho e Júlio; Lori e Valtinho; Mazolinha (Zinho), Sicupira, Sérgio Lopes e Nilson
Técnico: Djalma Santos
Gols: Sicupira, aos 37’, e Nilson, aos 44’ do primeiro tempo; Valtinho, aos 2’ e Nilson, 33’ do segundo tempo

Coritiba: Célio; Hermes, Nilo, Cláudio e Nico; Lucas (Paulo Vecchio) e Hidalgo; Passarinho, Zé Roberto, Leocádio e Rinaldo.
Técnico: Mauro Ramos de Oliveira
Gols: Lucas, aos 21’ e Passarinho, ao 29’ do primeiro tempo; Paulo Vecchio, aos 38’ do segundo tempo

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