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O campeão voltou! Há 63 anos, vitória em Paranaguá sacramentou o título estadual

Nas páginas da história rubro-negra, o título estadual de 1958 merece ser lembrado entre as grandes glórias do passado. Uma conquista que encerrou uma seca de nove anos sem troféus e consagrou uma equipe com muito talento e sangue forte nas veias.

A campanha que deu ao Athletico a faixa de campeão foi cheia de casos para contar. Clássicos polêmicos, goleadas, carimbo no estádio do rival, participação decisiva de duas lendas… Um enredo épico que termina com uma grande festa em vermelho e preto.

A temporada começou com a conquista do torneio início e a contratação de dois destaques do Ferroviário: o volante Tocafundo e o meia direita Odilon. Quem dirigia a equipe era o técnico Joaquim Loureiro.

O Campeonato Estadual foi disputado em pontos corridos. O primeiro turno começou com uma sequência de vitórias. E terminou com uma goleada de 5 a 1 sobre o Coritiba, em um dos clássicos mais aleatórios de todos os tempos.

Lendas no comando

O returno teve início com três vitórias. Mas tropeços diante do Ferroviário e do Água Verde fizeram a diretoria comandada pelo presidente Abílio Ribeiro ajustar os rumos. E quem assumiu o comando do time foi uma comissão técnica liderada por Jackson e Caju.

Com os antigos craques à frente, o time athleticano retomou seu ritmo. Com mais duas goleadas, manteve-se na ponta da classificação. E chegou com moral em alta para o segundo Athletiba do campeonato.

Carimbo no Belfort

Mesmo com o Furacão em vantagem na tabela, foi criado um clima todo favorável para o rival. O jogo estava marcado para o dia do aniversário de 49 anos do Coritiba. E a festa alviverde teria como ponto alto a reabertura do reformulado Estádio Belfort Duarte.

Em sua inauguração, as novas arquibancadas receberam um público pagante de 15.186 pessoas. Recorde absoluto do futebol paranaense até então. E quem comemorou pra valer foi a parte vermelha e preta.

Os mandantes saíram na frente com um gol de Duílio. Mas o Furacão chegou ao empate ainda na primeira etapa, em cobrança de falta perfeita de Tocafundo. Na etapa final, domínio rubro-negro e a virada com gols de Odilon e Isabelino. O título estava quase garantido!

Foto: Arquivo histórico/Athletico Paranaense

Festa no litoral

Ainda faltavam duas rodadas, mas o Athletico precisava apenas de um empate contra o Rio Branco, em Paranaguá. E uma grande procissão rubro-negra desceu a Serra, de trem e pela Estrada da Graciosa, para buscar o troféu na Estradinha.

O time do litoral deu trabalho ao Furacão, mas a conquista athleticana era inadiável. Uma cobrança de falta de Tocafundo inaugurou o placar logo aos 2′. E a bola parada do capitão rubro-negro também deu origem ao segundo gol, com Odilon pegando o rebote do goleiro.

Celso descontou para o time da casa no começo do segundo tempo. Mas o artilheiro Taíco, aproveitou um cruzamento na área para fazer o terceiro do Athletico. E o meia Gaivota acertou um incrível voleio para anotar o quarto.

Celso ainda anotou mais dois gols para o Rio Branco. Só que o Rubro-Negro jamais deixaria aquela vitória escapar. Com o placar de 4 a 3 para o Furacão, o apito final foi o sinal para o começo das comemorações. A taça estava a caminho da Baixada!

Na história: Rio Branco 3×4 Athletico Paranaense
Campeonato Paranaense 1958: 2º turno – 9ª rodada
Data: 26/10/1978
Local: Estádio Nelson Medrado Dias, em Paranaguá (PR)
Árbitro: Bella Rosenfeld

Rio Branco: Adalberto; Bidú e Alcione; Calé, Dimas e Villanueva; Babá, Odair, Celso, Dicésar e Ari
Gols: Celso, aos 13′, 41′ e 42′ do segundo tempo

Athletico Paranaense: Willian; Damião e Araújo; Belfare, Tocafundo e Sano; Agostinho, Odilon, Taíco, Gaivota e Péricles
Gols: Tocafundo, aos 2′, e Odilon, aos 25′ do primeiro tempo; Taíco, aos 22′, e Gaivota, aos 29′ do segundo tempo

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