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Raimar passou por outros dois clubes da capital antes do Athletico: “Era algo que eu buscava”

Créditos: José Tramontin/athletico.com.br - Arquivo

O lateral-esquerdo Raimar atravessou o Brasil para realizar o sonho de se tornar um jogador profissional de futebol. Com passagem pelos três clubes de Curitiba, ele revela que o sonho sempre foi defender a camisa do Furacão.

“Meu pai sempre me falou que se eu tivesse a oportunidade de vir para o Athletico, não era para pensar duas vezes”, revelou o jogador de 18 anos, que há quase dois veste as cores rubro-negras.

Mas para chegar ao CAT Caju, Raimar teve que trabalhar duro e trocar de cidade, viajando cerca de 2.800km. Natural de Manaus, no Amazonas, ele começou no futebol ainda criança, driblou as proibições do pai e apareceu pela primeira vez em Roraima!

“Meu pai sempre proibiu muitas coisas por conta da segurança do local onde morávamos. Mas eu cresci jogando futebol. Na frente da nossa casa, tem um campo e nos fins de semana meu pai deixava eu jogar com os meninos”, contou.

Conforme foi crescendo, teve mais liberdade. Aos oito anos, começou a jogar no time do bairro, formado por amigos. “Eu era pequeno e jogava no meio dos grandes. Entrava sempre no final dos jogos só para me divertir”, lembrou. “Fui pegando gosto e aos 10 anos entrei numa escolinha de futsal”, completou. 

Pouco depois, Raimar já estava jogando futebol de campo em outra escolinha da cidade. Aos 13 anos, disputou um torneio que mudaria a sua vida. Em uma competição no estado vizinho de Roraima, o garoto se destacou e contou com a ajuda do cunhado para que conseguisse arrumar um clube.

“Meu cunhado gravou um vídeo com meus lances e mandou para alguns clubes. O Coritiba foi um que se interessou. Vim, fiz o teste e passei”, afirmou Raimar.

Com 14 anos, ele deixou a família na região Norte, viajou os 2.800km até o Sul e, logo de cara, já sentiu as diferenças de sua cidade natal. “No começo foi bem difícil. Minha cidade é muito quente e cheguei aqui no inverno, com muito frio. Também nunca tinha ficado longe dos meus pais. Mas, com o tempo, fui acostumando com tudo”, disse.

Foram oito meses no Coritiba, mais um ano e dois meses no Paraná Clube e, por fim, o Furacão. “Consegui desempenhar bem o meu trabalho, me destacar e pude ser contratado pelo Athletico”, falou. “Fiquei muito feliz. O Athletico é um dos principais clubes do Brasil e não é todo mundo que tem essa oportunidade de um clube ir atrás, querer contratar. Minha família toda, no geral, ficou bem feliz”, completou.

A chegada ao Furacão também trouxe outras oportunidades para o jovem atleta. A distância para a família acabou e isso o ajudou até no desempenho dentro de campo.

“A primeira a vir morar comigo foi a minha irmã, que sempre me acompanha. Com o tempo, meus pais vieram. Aconteceu quando perceberam que eu estava perto de chegar ao profissional, quando a condição financeira ajudou um pouco também”, contou Raimar. “É algo que me ajuda. Com a vinda dos meus pais, percebi que meu psicológico e meu desempenho melhoraram. Tira um peso muito grande da saudade, pois o abraço de um pai e de uma mãe faz muita falta”, concluiu.

Na última temporada, já adaptado ao clube e perto de quem mais ama, Raimar foi um dos destaques do Rubro-Negro na campanha do vice-campeonato do Brasileirão Sub-20. Ele esteve em campo em 24 partidas, 23 delas como titular. Agora, compõe o elenco de Aspirantes, que disputa o Campeonato Paranaense 2021.

Fotos: José Tramontin/athletico.com.br – Arquivo

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