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Chegando nos 100! Bento relembra estreia, melhor defesa, jogo mais difícil…

Foto: José Tramontin/athletico.com.br

Ele é o herdeiro de uma longa dinastia de grandes goleiros do Furacão. Piá do Caju, Bento é o titular do arco athleticano há pouco mais de um ano. E se for confirmado na equipe que enfrenta o Flamengo, neste domingo (7), chegará à marca de 100 jogos como atleta profissional do Athletico Paranaense.

É um momento marcante na carreira do goleiro que começou a vestir a camisa rubro-negra ainda criança, com 10 anos, na Escola de Futebol Furacão. E que desde os 14 anos vive o seu dia a dia no CAT Caju.

Prestes a atingir a contagem centenária de partidas, o atual dono da camisa 1 do Furacão relembrou alguns momentos marcantes de sua trajetória. Os bastidores da estreia, o jogo mais difícil, a sua melhor defesa… Confira!

CHAMADO INESPERADO

No dia 24 de novembro de 2020, o Athletico enfrentaria o River Plate, no primeiro duelo pelas oitavas de final da CONMEBOL Libertadores. Bento era apenas o terceiro goleiro da equipe, que contava com Santos como titular e Jandrei na suplência imediata.

Mas o destino guardava para ele um papel melhor do que apenas assistir à partida na arquibancada.

“Quando saiu o sorteio do confronto, eu falei ‘caramba, vamos enfrentar o River’! Só que eu era o terceiro goleiro. Talvez poderia viajar para a Argentina e o jogo em casa, ia assistir de fora. Então, passou o tempo, chegou perto da data, e toda vez antes do jogo a gente fazia o exame de Covid. Fizemos no dia anterior e quando me apresentei, na véspera do jogo, para treinar, começou o burburinho. Que eu ia jogar, que o Santos e o Jandrei tinham pegado Covid. Eu achei que era brincadeira, mas foi passando o horário para chegar no treino e eu vi que ia sobrar para mim mesmo”, lembra Bento.

PEDREIRA NA ESTREIA

A estreia profissional do jovem goleiro seria uma verdadeira pedreira: jogo decisivo da CONMEBOL Libertadores, contra um gigante continental.

“No começo tive aquele frio na barriga. É lógico que eu não esperava que seria contra o River Plate, em uma Libertadores, uma competição que todo mundo sabe o tamanho que tem. E ainda mais contra eles, que têm uma história gigante no torneio. Mas o que me deixou mais tranquilo foi saber que eu estava preparado para estrear”, afirma.

SURPREENDENDO A AMÉRICA

Apesar da surpresa e da dificuldade, Bento não fez apenas uma estreia segura. No Caldeirão e no Monumental, ele fechou o gol em duas atuações memoráveis contra o River Plate.

Os athleticanos ficaram com a certeza de que mais um grande goleiro estava surgindo no Furacão. E os argentinos ficaram de boca aberta com o desempenho daquele jovem, que fazia apenas suas primeiras partidas como profissional.

“Foi o meu trabalho apresentado ali. Tive o reconhecimento da imprensa e da torcida argentina. E o próprio Gallardo comentou depois do jogo… Vou lembrar disso para sempre… Que parecia que eu tinha 300 jogos como profissional. Foi do caramba, porque ter o reconhecimento de um treinador e ex-atleta como ele, que já conquistou tudo, é muito gratificante”, diz Bento.

A MELHOR DEFESA

Foi no jogo de volta contra o River, no Monumental de Núñez, que Bento fez aquela que considera a defesa mais difícil de sua carreira. O lance aconteceu aos 20′ do segundo tempo.

“Em um cruzamento, um jogador deles escorou e o De la Cruz chegou chutando de primeira, quase na pequena área, e eu fiz o “xis” para cima dele. O jogo estava 0 a 0 ainda e a gente tinha uma chance de se classificar”, recorda.

A partida terminaria com a vitória do time argentino por 1 a 0. Mas a atuação de Bento jamais seria esquecida pela torcida athleticana.

O JOGO MAIS DIFÍCIL

Outra partida da CONMEBOL Libertadores na Argentina também está marcada na história de Bento. Esta mais recente: a classificação diante do Estudiantes, em La Plata, nas quartas de final de 2022.

“Pelo cenário que foi criado, a atmosfera que a torcida deles criou, este foi o jogo mais difícil. E pelo confronto em si. Dentro de casa a gente tinha empatado em 0 a 0 e muita gente falava que se dentro de casa a gente não tinha conseguido ganhar, lá seria muito difícil passar por eles, que estavam invictos por muitos anos. E foi realmente muito difícil, exigiu muito mentalmente, porque a torcida deles fazia uma pressão enorme. Foi o estádio mais difícil que eu joguei. A gente fez o gol no finalzinho, quando eles estavam atacando muito. Teve uma situação em que o jogador deles saiu cara a cara comigo, eu até não defendi o chute, mas ali eu estava bem posicionado, dificultei ao máximo e ele chutou para fora. Aquilo deu uma força a mais para nós. E um pouquinho antes de sair o gol, teve uma bola que peguei em cima, ela bateu na trave, eu meio que soltei um pouquinho e peguei de novo. Daí fiz a ligação direta para o Vitinho, aconteceu a jogada, o escanteio e daí o gol do Vitor Roque”, conta.

Fotos: José Tramontin/athletico.com.br

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