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Experiência de campeã! Rosana fala sobre os desafios como treinadora do Athletico

Créditos: José Tramontin/athletico.com.br

Uma nova etapa do projeto do futebol feminino do Athletico Paranaense começou nesta quarta-feira (24). O início da segunda temporada da equipe oficial do Rubro-Negro vai começar. E para comandar as Gurias Furacão em um novo desafio, o clube anunciou a chegada de uma das maiores vencedoras da história do esporte.

Rosana dos Santos Augusto, atleta que fez história com a camisa da Seleção Brasileira e de clubes do Brasil, Estados Unidos e Europa, é a nova treinadora da equipe rubro-negra.

Para Rosana, a oportunidade de dirigir o Furacão surge poucos dias depois de ela anunciar o fim de carreira como jogadora. Mas não sem ter se preparado muito para assumir a nova função.

Em conversa com o Site Oficial do Furacão, Rosana falou sobre o novo momento profissional, a preparação para se tornar treinadora e as perspectivas do Athletico no futebol feminino. Leia abaixo! 

Se você preferir, também tem um FuraCast especial com a treinadora, já disponível nos principais agregadores de podcasts, como o Spotify!

Site Oficial: Você tem um currículo muito extenso, jogou 18 anos na Seleção Brasileira, em diversos clubes e ganhou quase todos os campeonatos que disputou. E hoje está assumindo a função de treinadora do Athletico Paranaense. Como você está se sentindo por estar aqui?
Rosana: Estou muito feliz por ter essa oportunidade. O futebol feminino do Athletico ainda é algo em construção e eu me sinto privilegiada em poder ajudar e fazer parte disso. Foi tudo muito bem pensado. As ideias são muito congruentes. A gente pensa da mesma forma. A maior parte da minha carreira como atleta foi feita na Europa e o Athletico tem uma metodologia e uma filosofia muito inovadoras. Eu acho que vai ser um combo muito legal. A escolha foi muito bem pensada.

Site: O que o torcedor athleticano pode esperar desse projeto do futebol feminino, agora com a sua participação?
Rosana: O torcedor athleticano pode esperar muito empenho e muita dedicação. Eu, em lugar nenhum, mesmo como atleta, nunca prometi resultado. Prometi sim o maior esforço possível, fazer as coisas da melhor forma possível. A ideia é deixar o ambiente feliz. Gente feliz não incomoda, rende mais… Então essa é a minha proposta. Fazer com que todo mundo esteja alinhado, feliz por estar participando desse processo, e aí eu tenho certeza que as consequências serão benéficas para todo mundo.

Site: Como você está encarando essa oportunidade de passar toda a sua experiência e toda a bagagem adquiridas ao longo da sua carreira para as jogadoras do Athletico Paranaense?
Rosana: É um sonho que eu estou realizando, estar em um clube que vai me dar a liberdade para trazer a experiência que tive como atleta, a bagagem que adquiri, e poder agregar tudo isso de uma forma que as pessoas entendam, aceitem bem e cumpram a ideia comigo. Não só pelo Athletico, mas para fazer o futebol feminino se desenvolver ainda mais rápido aqui no Brasil.

Site: Esse é um sonho que você não apenas sonhou, mas correu atrás dele. Ainda como atleta, você se preparou bastante para assumir essa função. Como foi essa preparação?
Rosana: Isso começou quando fui jogar no Lyon. Lá eles têm uma maneira muito interessante de traçar um perfil psicológico da atleta já para um pós-carreira. Eles traçaram o meu perfil e me colocaram como uma pessoa que teria essa liderança, até porque fui capitã na maioria dos times em que passei, e essas funções me cairiam bem. Tanto gestão quanto treinadora. Eu sempre gostei muito do treinamento, sempre estudei muito, e paralelamente, até por curiosidade, eu fui fazendo cursos. Fiz o curso da UEFA, a Licença C, que é o primeiro módulo, em 2014, quando estava em um time norueguês que me deu essa oportunidade. Então, eu comecei, achei muito bacana, me identifiquei bastante. Minhas companheiras já falavam que eu seria uma ótima treinadora. E aí eu acreditei nelas. Investi na minha carreira e fiz cursos não apenas de treinadora, mas de gestão também, porque eu acho que o futebol é muito complexo para você ter apenas uma vertente. Foquei nas licenças, fiz as Licenças B e A da CBF, também de treinadora, mas tenho todo esse aparato, até para poder cobrar as pessoas, poder discutir de forma franca, preciso também ter esse respaldo. Então, fui procurar cursos de outras vertentes do futebol, para que eu seja a mais completa possível.

Site: Em 2019, você foi condecorada com a participação no programa FIFA Legends, que reúne verdadeiras lendas do esporte. Como foi esse momento para você e o que significa estar nesse grupo?
Rosana: Para mim, foi um grande reconhecimento do meu trabalho. Eu costumava dizer que eu não tinha, e ainda não tenho, a percepção do que eu atinjo para outras meninas, para outras pessoas. O esporte também é uma ferramenta muito importante para você chegar até as pessoas e motivá-las. Quando isso aconteceu, entendi que eu realmente era uma inspiração, e que eu podia acessar outras pessoas para melhorar um pouco a vida delas. Então, para mim foi uma representatividade enorme poder ser reconhecida como uma lenda da FIFA, fazer eventos e participar diretamente com pessoas que sempre admirei. E passei a ser admirada também por essas pessoas.

Site: Como você enxerga o potencial do Athletico para se firmar como uma grande equipe do futebol feminino?
Rosana: Para mim, uma das coisas que mais chamou a atenção foi essa estrutura e a possibilidade do feminino usar essa estrutura e estar alinhado com o Athletico mesmo. Eu acho que isso é um ponto muito positivo para ter uma sequência e uma trajetória positiva. A minha ideia é trazer conceitos que agreguem ainda mais ao Athletico. E filtrando todas essas informações eu acredito que será realmente um bom combo. Eu tenho uma expectativa muito grande. Mas, como eu falei, não dá para prometer resultado. No futebol, às vezes, você faz o certo e dá errado, ou faz o errado e dá certo. Mas a ideia é que a gente agregue principalmente na vida do ser humano e aí sim as meninas possam se destacar no cenário brasileiro, o Athletico também se tornar um clube de referência no futebol feminino. Quiçá possa ganhar um campeonato como uma Libertadores mais para frente. Mas a ideia é ir passo a passo, nessa construção mesmo, para que a gente caminhe devagar, mas constante.

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